Inventário Operacionalizado Portage

O Inventário Operacionalizado Portege é considerado um instrumento útil e eficaz por avaliar várias áreas de desenvolvimento e faixas etárias.
O Inventário Operacionalizado Portege é considerado um instrumento útil e eficaz por avaliar várias áreas de desenvolvimento e faixas etárias.

Inventário Operacionalizado Portage

O “Guia Portage de Educação Pré-Escolar” foi desenvolvido por Bluma et al. (1976) para prover serviços a crianças pré-escolares com problemas de desenvolvimento em comunidades rurais, na cidade de Portage, Wisconsin (EUA). Tal programa é composto por: (a) uma proposta de treino domiciliar; (b) um “Guia Curricular” (Bluma et al., 1976) composto por 580 comportamentos de seis áreas de desenvolvimento (Motor, Cognição, Socialização, Linguagem, Autocuidados e Estimulação Infantil) para avaliação e ensino de crianças especiais e, (c) um “Inventário Comportamental de Pais” (Boyd et al., 1977). Atualmente em sua terceira edição revisada (Cooperative Educational Service Agency-5, 2015), o Guia Portage é utilizado em mais de 60 países (Brue & Oakland, 2001), tendo sido traduzido e adaptado para 36 idiomas diferentes (Cooperative Educational Service Agency-5, 2003 cita AIELLO, WILLIAMS 2021).

O Programa Portage não utiliza o seu Guia Curricular como instrumento de avaliação dos treinos realizados, optando pela utilização de Escalas de Desenvolvimento e outros instrumentos para tal fim. Nessa perspectiva, o “Inventário Portage Operacionalizado (IPO)” foi elaborado por Williams e Aiello (2001) para adaptar o Guia Curricular, transformando-o em instrumento de avaliação sistemática e fidedigna do desenvolvimento infantil, útil em intervenções por profissionais e pais. Para tal fim, foram propostos critérios, definições, especificações das condições de avaliação e descrição do material a ser utilizado para cada um dos 580 comportamentos do “Guia Portage de Educação Pré-Escolar” (Bluma et al., 1976). Essa operacionalização resultou na criação de um novo instrumento de avaliação do desenvolvimento infantil (0-6 anos) que Williams e Aiello (2001) denominaram de Inventário Portage Operacionalizado (IPO). Desde sua publicação (Williams & Aiello, 2001), o IPO tem sido utilizado em dissertações e teses, além de ser divulgado em livros da área de intervenção infantil (Formiga et al., 2010; Gomes & Silveira, 2016; Windholz, 2016 cita AIELLO, WILLIAMS 2021).

Finalmente, o IPO tem sido citado em artigos de revisão sobre instrumentos de avaliação do desenvolvimento infantil, tanto para crianças de 0-2 anos de idade (Vieira et al., 2009), quanto para bebês de risco (Rodrigues, 2012). Nessas revisões, ele é considerado um instrumento útil e eficaz por avaliar várias áreas de desenvolvimento e faixas etárias, permitindo acompanhar o desenvolvimento da criança ao longo do tempo. O IPO é citado também como um de cinco instrumentos que avalia “hábitos funcionais diários e de autossuficiência em crianças”, utilizado por terapeutas ocupacionais em atividades de vida diária (Silva & Martinez, 2002). O instrumento é citado, ainda, como ferramenta de avaliação cognitiva infantil em artigo de revisão da produção científica brasileira voltada para tal tema (Suehiro et al., 2015) e em revisão sistemática de literatura sobre a relação entre prematuridade, peso ao nascimento e desenvolvimento de linguagem de crianças brasileiras (Zerbeto et al, 2015 cita AIELLO, WILLIAMS 2021).

Análise do Comportamento Aplicada (ABA)

Segundo a Mestre em Educação Jackeline Joyce de Santana Santos em sua dissertação ela diz que atualmente é reconhecido que a intervenção baseada na ABA é a mais eficiente, tanto para ensinar novas habilidades quanto para reduzir comportamentos-problema de crianças com TEA (CAMARGO; RISPOLI, 2013; FOXX, 2008; LOVAAS, 1987). Assim sendo, a ABA tem recebido destaque considerável de agências e setores importantes como a Organização Mundial de Saúde (OMS) e o Ministério da Saúde do Brasil (OPAS/ OMS, 2017; BRASIL, 2015). O processo de planejamento de intervenções baseadas na ABA é composto de quatro etapas, a saber (1) avaliação detalhada da pessoa; (2) seleção de comportamentos específicos que precisam ser modificados; (3) desenvolvimento de objetivos de curto, médio e longo prazo; e (4) elaboração de planos detalhados de ensino (SELLA; RIBEIRO, 2018 cita Santos 2021).

 A avaliação comportamental é, portanto, a primeira etapa do processo de planejamento de uma intervenção baseada na ABA. Sua função é identificar habilidades e déficits comportamentais, bem como a função dos comportamentos que a pessoa já emite (RIBEIRO; SELLA; DE SOUZA, 2018 cita Santos 2021). Uma avaliação pode ser classificada como direta ou indireta, dependendo de se observar diretamente ou não o comportamento-alvo da pessoa (COOPER HERON; HEWARD, 2007; IWATA; VOLLMER; ZARCONE, 1990; MARTIN; PEAR, 1999; MILTENBERGER, 2018; O’NEILL et al., 1997; RIBEIRO et al., 2018 cita Santos 2021). Cada método de avaliação apresenta uma série de vantagens e desvantagens. Dentre as vantagens da avaliação indireta podemos destacar que a sua aplicação é menos trabalhosa e pode ser realizada mais rapidamente. No entanto, sua principal desvantagem é que as informações obtidas dependem da lembrança das pessoas, o que a torna menos confiável. Dentre as vantagens da avaliação direta, pode-se destacar que suas informações são baseadas na observação direta do comportamento-alvo, aumentando a confiabilidade das informações. Além disso, o observador deve ser treinado para observar e registrar o comportamento-alvo de forma precisa. No entanto, sua aplicação demanda mais tempo e custo com equipamentos e materiais (MILTENBERGER, 2018; RIBEIRO et al., 2018 cita Santos 2021). Um instrumento de avaliação direta amplamente utilizado na literatura é o Inventário Portage Operacionalizado (IPO; WILLIAMS; AIELLO, 2001; 2018 cita Santos 2021).

Por que usar o Inventário Operacionalizado Portage – IPO

 Ele consiste em uma avaliação semiestruturada composta de 580 habilidades divididas em cinco áreas: desenvolvimento motor, socialização, cognição, linguagem e autocuidados. Além disso, existe uma área de estimulação infantil específica para bebês, composta de 45 itens. O IPO avalia o repertório comportamental de crianças de 0 a 6 anos de idade. Cada uma das habilidades do inventário possui definições, critérios, especificações de avaliação e descrição do material a ser utilizado (RIBEIRO et al., 2018; WILLIAMS; AIELLO, 2001; 2018 cita Santos 2021). Considerado um instrumento de grande aplicabilidade, o IPO possui diversas vantagens, tais como: (1) é relativamente fácil de ser aplicado; (2) sua aplicação possibilita a visualização do desempenho da criança e a utilização desses dados para planejar uma intervenção individualizada; (3) fornece dados do desenvolvimento global da criança, que podem ser úteis para familiares e profissionais da área da educação especial e (4) em razão de não ser restrito ao uso profissional, pode ser usado para capacitar pais a contribuir na aceleração do desenvolvimento de seus filhos (RIBEIRO et al., 2018; WILLIAMS; AIELLO, 2001; 2018 cita Santos 2021) Na literatura, verifica-se que o IPO vem sendo utilizado para avaliar o comportamento de crianças típicas e com atraso no desenvolvimento em vários contextos como em instituições especializadas, na casa da criança e no contexto escolar. A utilização deste instrumento em sido recomendada porque, além de avaliar o desenvolvimento infantil, ele propõe o planejamento de intervenções individualizadas com base nos resultados da avaliação (BRANCACCIO; MANZINI, 2019; GOMES et al., 2017; GOMES et al., 2021; MURTA et al., 2011; RODRIGUES; BOLSONISILVA, 2011; SABINO et al., 2017; SANDRONI; CIASCA; RODRIGUES, 2015 cita Santos 2021).

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e estre em Educação Renata Bringel, ministra o curso Online Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil, TDAH Avaliação e Intervenção, Terapia ABA na prática entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site renatabringel.com.

Referências:

AIELLO, Ana Lúcia Rossito; WILLIAMS, Lúcia Cavalcanti de Albuquerque. Inventário Portage Operacionalizado (IPO): Revisão Sistemática. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 37, 2021. SANTOS, Jackeline Joyce de Santana et al. Produção e validação de um vídeo para ensinar a aplicação do inventário portage operacionalizado. 2021

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