Hiperatividade – Impulsividade

A Hiperatividade – Impulsividade apresenta atividade excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar.
A Hiperatividade – Impulsividade apresenta atividade excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar.

Hiperatividade-Impulsividade conforme o Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais

Segundo o DSM-5Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – a hiperatividade- impulsividade está associada ao déficit de atenção. O TDAH é um transtorno do neurodesenvolvimento definido por níveis prejudiciais de desatenção, desorganização e/ou hiperatividade-impulsividade. Desatenção e desorganização envolvem incapacidade de permanecer em uma tarefa, aparência de não ouvir e perda de materiais em níveis inconsistentes com a idade ou o nível de desenvolvimento. Hiperatividade-impulsividade implicam atividade excessiva, inquietação, incapacidade de permanecer sentado, intromissão em atividades de outros e incapacidade de aguardar – sintomas que são excessivos para a idade ou o nível de desenvolvimento.

Primeiros estudos sobre a Hiperatividade

Henri Paul Hyacinthe Wallon (1879- 1962) filósofo, médico, psicólogo e professor na Sorbonne, Universidade de Paris – França. Publica sua tese de doutorado intitulada L’enfant turbulent (“A Criança Turbulenta”) em 1925, fazendo articulações entre o desenvolvimento psicomotor infantil e os achados no campo da neurofisiologia; buscava diferenciar a neuropsiquiatria infantil da psiquiatria geral. Descreve detalhadamente o desenvolvimento motor em quatro fases, pareado com a maturação: estado impulsivo, emotivo, sensório-motor e projetivo (MAZIM 2017). O ato ou a ação se desenvolvem inicialmente para a criança num campo livre e não organizado, encaminhando-se para um campo orientado e então para um campo representado, seguindo uma linha evolutiva que vai dos movimentos incoordenados aos coordenados, tendo como objetivo o aspecto simbólico ou figurativo da atividade gestual. Wallon insiste na importância da presença, do olhar do outro e do aspecto emotivo da relação tônico-emocional mãe-criança, exemplificado pelas crises tônico-emocionais do bebê: “as trocas motoras lançam o sujeito inteiro na relação com o outro através do corpo” insistindo na importância do meio para compreensão da gênese da hiperatividade (LACET,ROSA2017).

 Nos anos 60, Julian de Ajuriaguerra psiquiatra e professor francês de origem espanhola (1911-1993), descreveu o quadro de instabilidade como situado num continuum entre dois polos, o endógeno e o afetivo, decorrente das desordens emocionais precoces do desenvolvimento do bebê. O primeiro seria consequência da incapacidade de frear os movimentos e o segundo reacional e dependente do meio; as manifestações corporais seriam um meio de expressão da criança, dentre as quais se inclui a hiperatividade, que podem desaparecer ou se intensificar de acordo com as reações do meio ambiente.

O percurso histórico do quadro clínico até a classificação atual remonta, nos anos 40, ao diagnóstico de Lesão Cerebral Mínima, que na década de 60 foi rebatizada como Disfunção Cerebral Mínima, em decorrência da ausência de comprovações empíricas de correlações neuroanatômicas que justificassem os sintomas apresentados. Ambas as nomenclaturas enquadram o conjunto de sintomas que compõem hoje o quadro de Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (LACET,ROSA 2017).

Critérios para diagnóstico de Hiperatividade-Impulsividade (DSM-5):

Hiperatividade e impulsividade: Seis (ou mais) dos seguintes sintomas persistem por pelo menos seis meses em um grau que é inconsistente com o nível do desenvolvimento e têm impacto negativo diretamente nas atividades sociais e acadêmicas/profissionais:

 Nota: Os sintomas não são apenas uma manifestação de comportamento opositor, desafio, hostilidade ou dificuldade para compreender tarefas ou instruções. Para adolescentes mais velhos e adultos (17 anos ou mais), pelo menos cinco sintomas são necessários.

 a. Frequentemente remexe ou batuca as mãos ou os pés ou se contorce na cadeira.

 b. Frequentemente levanta da cadeira em situações em que se espera que permaneça sentado (p. ex., sai do seu lugar em sala de aula, no escritório ou em outro local de trabalho ou em outras situações que exijam que se permaneça em um mesmo lugar).

c. Frequentemente corre ou sobe nas coisas em situações em que isso é inapropriado. (Nota: Em adolescentes ou adultos, pode se limitar a sensações de inquietude.)

d. Com frequência é incapaz de brincar ou se envolver em atividades de lazer calmamente.

e. Com frequência “não para”, agindo como se estivesse “com o motor ligado” (p. ex., não consegue ou se sente desconfortável em ficar parado por muito tempo, como em restaurantes, reuniões; outros podem ver o indivíduo como inquieto ou difícil de acompanhar).

f. Frequentemente fala demais.

g. Frequentemente deixa escapar uma resposta antes que a pergunta tenha sido concluída (p. ex., termina frases dos outros, não consegue aguardar a vez de falar).

h. Frequentemente tem dificuldade para esperar a sua vez (p. ex., aguardar em uma fila).

 i. Frequentemente interrompe ou se intromete (p. ex., mete-se nas conversas, jogos ou atividades; pode começar a usar as coisas de outras pessoas sem pedir ou receber permissão; para adolescentes e adultos, pode intrometer-se em ou assumir o controle sobre o que outros estão fazendo).

Características Diagnósticas de Hiperatividade – Impulsividade

A Hiperatividade refere-se à atividade motora excessiva (como uma criança que corre por tudo) quando não apropriado ou remexer, batucar ou conversar em excesso. Nos adultos, a hiperatividade pode se manifestar como inquietude extrema ou esgotamento dos outros com sua atividade.

 A Impulsividade refere-se a ações precipitadas que ocorrem no momento sem premeditação e com elevado potencial para dano à pessoa (p. ex., atravessar uma rua sem olhar). A impulsividade pode ser reflexo de um desejo de recompensas imediatas ou de incapacidade de postergar a gratificação. Comportamentos impulsivos podem se manifestar com intromissão social (p. ex., interromper os outros em excesso) e/ou tomada de decisões importantes sem considerações acerca das consequências no longo prazo (p. ex., assumir um emprego sem informações adequadas) (DSM-5, 2014, p. 61).

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e Mestre em Educação Renata Bringel, ministra um curso online onde apresenta o curso TDAH Avaliação e Intervenção. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site www.renatabringel.com.br.

Referências:

LACET, Cristine; ROSA, Miriam Debieux. Diagnóstico de transtorno de déficit de atenção e hiperatividade (TDAH) e sua história no discurso social: desdobramentos subjetivos e éticos. Psicologia Revista, v. 26, n. 2, p. 231-253, 2017.

MAZIN, G. Estágios do desenvolvimento para Henri Wallon, 2017.

Manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais [recurso eletrônico] : DSM-5 / [American Psychiatric Association ; tradução: Maria Inês Corrêa Nascimento … et al.] ; revisão técnica: Aristides Volpato Cordioli … [et al.]. – 5. ed. – Dados eletrônicos. – Porto Alegre : Artmed, 2014.

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