ABA no diagnóstico de TDAH

ABA no diagnóstico de TDAH é confiável e válido quando avaliado com critérios padrão para transtornos psiquiátricos.

TDAH – Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade

O Transtorno de Déficit de Atenção/Hiperatividade (TDAH) caracteriza-se por um padrão persistente de uma tríade de comportamentos desatentos, hiperativos e impulsivos (American Psychiatric Association – APA, 2014; Organização Mundial de Saúde – OMS, 2016), os quais podem ocorrer com intensidades variadas, desde casos leves até casos graves com severo comprometimento funcional (Barkley, 2002; Mattos, 2015 cita Santos, Albuquerque 2021).

No contexto educacional, frequentemente, estudantes com TDAH são vistos como “alunos-problema”. Esses alunos apresentam baixo rendimento acadêmico, têm o dobro ou triplo de risco de fracasso escolar, comparativamente aos demais estudantes, o que culmina com repetência e evasão escolar com índices em torno de 35% no Ensino Médio (Barkley, 2002; Dorneles et al., 2014 cita Santos, Albuquerque 2021).

O Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade – TDAH consiste em um transtorno no desenvolvimento do autocontrole, que afeta 5% das crianças e adolescentes e 2,5% dos adultos no mundo todo. É marcado por prejuízos relacionados a períodos de atenção, no manejo dos impulsos e nível de atividade. O transtorno é complexo e heterogêneo, de natureza crônica, de etiologia multifatorial, principalmente devido a fatores genéticos e ambientais1. É tido como um dos transtornos neuropsiquiátricos mais frequentes, de evolução comum na infância e adolescência. Embora os sintomas e o comprometimento devido ao transtorno sejam frequentemente graves durante a infância, eles tendem a evoluir com o crescimento, podendo haver deficiências persistentes na idade adulta2. Os sintomas são geralmente diagnosticados na infância e persistem na fase adulta em 70% dos casos. É importante ressaltar que aproximadamente 90% das crianças entre 3 e 5 anos podem apresentar uma agitação psicomotora, que tenderá a desaparecer com a maturação do sistema nervoso e que muitas vezes, é confundida com esse distúrbio do grupo de transtornos hipercinéticos (Brandão, Thayla).

ABA – ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA

Segundo Cooper et al. (2019), a Análise de Comportamento Aplicada (ABA) é uma área ampla de intervenções clinicamente comprovadas para deficiências de desenvolvimento, incluindo autismo. Envolve o foco em princípios e ensino de estratégias para ensinar novas habilidades a um indivíduo. A ABA usa apenas estratégias de ensino que foram clinicamente comprovadas serem efetivas, as quais geram resultados positivos e mudança significativa de comportamento (COOPER et al., 2019). De acordo com Goyos (2019), a ABA concentra-se no ensino de habilidades e na modificação de comportamentos. Os primeiros estudos da ABA para crianças com TEA, foram desenvolvidos na década de 1960 para apoiar crianças autistas. Hoje, também é usado na terapia para TDAH ou lesões cerebrais traumáticas, porém os Autistas continuam constituindo a maioria dos receptores de ABA. Conforme uma pesquisa da “Association of Professional Behavior Analysts”, mais de 80% dos praticantes de ABA trabalham com crianças autistas (GOYOS, 2019). Cooper et al. (2019) explicam que em meados da década de 1960, Ole Ivar Lovaas usou teorias comportamentais para criar a ABA, aplicado ao fenômeno do autismo. Seus objetivos eram: ensinar habilidades de linguagem e de vida; reduzir comportamentos autolesivos, como bater cabeça; reduzir comportamentos “inadequados”, como agitar as mãos. Os críticos de Lovaas mais tarde denunciariam esse objetivo, uma vez que muitas crianças autistas usam tais comportamentos para autorregulação (COOPER et al., 2019).

Diagnóstico do TDAH com ABA

O diagnóstico de TDAH é confiável e válido quando avaliado com critérios padrão para transtornos psiquiátricos, sendo usadas escalas de classificação e entrevistas clínicas que facilitam o diagnóstico e auxiliam no manejo. Tais metodologias são baseadas e padronizadas de acordo com os critérios de diagnósticos presentes no DSM-V. Em pesquisas realizadas foi observado que as taxas de TDAH não estão relacionadas ao tipo de teste empregado na avaliação, mas ao profissional que as utiliza. Dessa forma, pode se concluir que o diagnóstico do transtorno é de grande dependência do examinador. Essa dependência mostra que outros modos de investigação ainda precisam ser desenvolvidos para o estabelecimento de critérios mais claros e funcionais para serem usados no diagnóstico e tratamento (Brandão, Thayla). 

Nos últimos 40 anos, a ABA Análise do Comportamento Aplicada vem utilizando a ferramenta da avaliação funcional em intervenções sobre os comportamentos tipicamente envolvidos no diagnóstico de TDAH, tais como engajamento em tarefas (i.e., nível de atenção), conversar com os colegas, andar pela sala de aula, falar em momentos inapropriados, atirar objetos, escolher reforçadores menores e imediatos em detrimento de reforçadores maiores e atrasados (i.e., impulsividade), entre outros( Journal of Applied Behavior Analysis de 1968 a 2008).

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e estre em Educação Renata Bringel, ministra o curso Online Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil, TDAH Avaliação e Intervenção, Terapia ABA na prática entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site renatabringel.com.

Referências:

COOPER, J.; HERON, T.; HAWARD, W. Applied behavior analysis. Nova Iorque: Editora Pearson, 2019. p. 21-29

GOYOS, C. Protocolo: ABA ensino da fala para pessoas com autismo. São Paulo: Edicon, 2019. p. 23-29.

PAIS, Erika; FERRAZ, Thais. CONTRIBUIÇÃO DA ANÁLISE DO COMPORTAMENTO APLICADA PARA INDIVÍDUOS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO DO AUTISMO: UMA REVISÃO NARRATIVA. CADERNOS DE PSICOLOGIA, v. 4, n. 7, 2022.

SANTOS, Waleska Mascarenhas dos; ALBUQUERQUE, Alessandra Rocha de. Efeito do Destaque de Palavras em Tarefas Escolares sobre Comportamentos Típicos do TDAH. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 37, 2021.

BRANDÃO, THAYLA. TDAH: ATUALIZAÇÃO DOS ESTUDOS QUE TRAZEM DIAGNÓSTICO E TERAPÊUTICA BASEADO EM EVIDÊNCIAS.

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