Tipos e Manifestações de Dislexia

A Dislexia é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica que afetam a leitura, escrita e matemática.
A Dislexia é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica que afetam a leitura, escrita e matemática.

Dislexia

O Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais – DSM 5 caracteriza a Dislexia como um transtorno específico de aprendizagem que abrange os transtornos de leitura, escrita, e matemática podendo ser leve, moderado ou grave, causando diversos tipos de problemas capazes de interferir no desempenho escolar e social.

Devido à polêmica em diferenciar a Dislexia entre capacidade cognitiva e desempenho escolar a comunidade científica vem se concentrando em estudos sobre as dificuldades na aprendizagem. O tema tem gerado questionamentos e recebido à atenção de muitos especialistas que, ao mesmo tempo, trazem significativos aportes diferenciados, criando nomenclaturas variadas e abrangências diferentes ao termo (Rotta2015).

Dislexia Hereditária

As questões sobre a hereditariedade da dislexia são ainda polêmicas. Alguns estudos encontraram padrões de transmissões confirmando que a dislexia pode ser herdada geneticamente. Alguns casos podem ser explicados por um modo de transmissão dominante e autossômico influenciado pelo sexo. Nesses casos, a dislexia tem uma probabilidade de 100% em indivíduos do sexo masculino. Dessa forma, todo indivíduo do sexo masculino que herda gene ou genes para dislexia desenvolve o transtorno. O mesmo ocorre em torno de 65% das mulheres portadoras.

Dislexia Adquirida

Há casos em que a Dislexia pode ser adquirida. Casos que surgem posteriormente ou em decorrência de uma lesão cerebral como malformação do sistema nervoso central (SNC), mau desenvolvimento do SNC, problemas perinatais, danos no SNC pós-natal, privação ambiental, oportunidade educacional inadequada entre outros.

Tipos de Dislexia

Segundo a pesquisadora Dra. Newra Tellechea Rotta a dislexia pode ser classificda em três tipos:

Dislexia fonológica sublexical ou disfonética: caracterizada por uma dificuldade seletiva para operar a rota fonológica durante a leitura, apresentando, não obstante, um funcionamento aceitável da rota lexical; com frequência, os problemas residem no conversor fonema-grafema e/ou no momento de juntar os sons parciais em uma palavra completa. Sendo assim, as dificuldades fundamentais residem na leitura de palavras não familiares, sílabas sem sentido ou pseudopalavras, mostrando melhor desempenho na leitura de palavras já familiarizadas. Subjacente a essa via, encontra-se dificuldade em tarefas de memória de trabalho e consciência fonológica. Considerando o grande esforço que fazem para reconhecer as palavras, portanto, para manter uma informação na memória de trabalho, são obrigados a repetir os sons para não perdê-los definitivamente. Como consequência, toda essa concentração despendida no reconhecimento das palavras acarreta dificuldades na compreensão do que foi lido.

Dislexia lexical (de superfície): As dificuldades residem na operação da rota lexical (preservada ou relativamente preservada a rota fonológica), afetando fortemente a leitura de palavras irregulares. Nesses casos, os disléxicos leem lentamente, vacilando e errando com frequência, pois tornam-se escravos da rota fonológica, que é morosa em seu funcionamento. Diante disso, os erros habituais são silabações, repetições e retificações, e, quando pressionados a ler rapidamente, cometem substituições e lexicalizações; às vezes, situam incorretamente o acento prosódico das palavras.

Dislexia mista: Neste caso, os disléxicos apresentam problemas para operar tanto com a rota fonológica quanto com a lexical. São, assim, situações mais graves e exigem um esforço ainda maior para atenuar o comprometimento das vias de acesso ao léxico (vocabulário).

Manifestações Linguísticas de um Disléxico

A Dra. Rotta observou as manifestações linguísticas nas diferentes fases da vida do disléxico:

Na educação infantil (0 a 6 anos), observam-se:

  • Certa lentidão no desenvolvimento das habilidades da fala e linguagem expressiva – de modo geral, atrasando a aquisição dos fonemas e a automatização de uma fala semelhante ao padrão dos adultos;
  • Dificuldade em tarefas que exijam habilidades de consciência fonológica, tais como dividir uma palavra em pedaços e brincar com rimas;
  • Dificuldade para conhecer as letras e evocar palavras (vocabulário restrito).

No período escolar, observam-se:

  • Desempenho inferior nas tarefas de consciência fonológica;
  • Déficits na nomeação rápida;
  • Dificuldades em aprender a ler e a escrever;
  • Memória verbal de curto prazo deficiente; Dificuldade para aprender sequências comuns (dias da semana, meses do ano);

 • Dificuldades para aprender língua estrangeira;

• Dificuldades na matemática não aparecerão na capacidade de desenvolver o cálculo aritmético, mas, em alguns casos, durante a tentativa de interpretar o problema lido.

Na fase adulta, observam-se:

  • Tendência de leitura lenta, embora alguns sejam capazes de ler corretamente;
  • Dificuldade com a ortografia e a produção textual;
  • Dificuldades para aprender língua estrangeira.

Profissionais como fonoaudiólogo e psicopedagogo podem avaliar a linguagem escrita do disléxico, desde que relacionem os conhecimentos de aquisição da leitura, escrita e habilidades fonológicas. Outros procedimentos básicos devem ser feito, segundo a Dra. Rotta, como a Anamnese com pais ou cuidadores, Testes de leitura, Testes de escrita, Habilidades metafonológicas, ciência fonoarticulatória e consciência sintática dentre outros.

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e Mestre em Educação Renata Bringel, ministra o curso online DISLEXIA Avaliação e Intervenção entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site www.renatabringel.com.br

Referências:

ROTTA, Newra Tellechea; OHLWEILER, Lygia; DOS SANTOS RIESGO, Rudimar. Transtornos da aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. 2015.

http://www.niip.com.br/wp-content/uploads/2018/06/Manual-Diagnosico-e-Estatistico-de-Transtornos-Mentais-DSM-5-1-pdf.pdf

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