Inclusão Educacional – Atendimento Educacional Especializado- AEE
Tecnologia Assistiva (TA) e a inclusão de pessoas com deficiência tem sido foco de políticas públicas que conduzem a um novo paradigma de inclusão social. Com a Constituição Federal, em 1988, iniciou-se o programa de Educação para todos, buscando o pleno desenvolvimento dos cidadãos, sem preconceito de raça, sexo, cor, idade e quaisquer outras formas de discriminação, além da garantia ao direito à escola para todos (VIANA, TEIXEIRA, 2019).
Neste contexto, as salas de recursos multifuncionais foram implantadas por meio da Portaria Ministerial nº 13/2007, a qual foi destinada para dar suporte técnico e financeiro ao sistema de ensino para garantir o acesso ao ensino regular e a oferta do Atendimento Educacional Especializado- AEE aos alunos com deficiência. As salas de AEE têm o objetivo de garantir o acesso ao ensino regular em igualdade de condições com os demais alunos e oferecem um serviço de apoio complementar ou suplementar à escolarização em classe comum, podendo ser ofertado no contra turno. É importante salientar a capacitação dos professores para esse novo processo de ensino e aprendizagem, para que possam enfrentar esse desafio com subsídios que os ajudem a reelaborarem suas propostas pedagógicas em materiais didáticos e pedagógicos acessíveis para os alunos com deficiência. Diante desse desafio, saibam também respeitar as diferenças e conviver com elas através de um ensino participativo, colaborativo, com solidariedade de reconhecimento e do valor às diferenças (VIANA, TEIXEIRA, 2019).
Tecnologia Assistiva no contexto Educacional
Os avanços tecnológicos estão cada vez mais sofisticados graças às inúmeras pesquisas que estão sendo desenvolvidas na área da acessibilidade e inclusão social, tornando esses recursos tecnológicos importantes para o campo da reabilitação e da inclusão escolar. Na Educação Inclusiva, as Tecnologias estão trazendo um novo modelo de educação, rompendo com os padrões de ensino tradicionais e promovendo novas práticas de ensino-aprendizagem. Conforme a definição do Comitê de Ajudas Técnicas – CAT, a Tecnologia Assistiva é:
Tecnologia Assistiva (TA) é uma área do conhecimento, de característica interdisciplinar, que engloba produtos, recursos, metodologias, estratégias, práticas e serviços que objetivam promover a funcionalidade, relacionada à atividade e participação, de pessoas com deficiência, incapacidades ou mobilidade reduzida, visando sua autonomia, independência, qualidade de vida e inclusão social (CAT, 2007c).
A Tecnologia Assistiva (TA) envolve uma série de possibilidades do desempenho humano, desde as atividades mais simples até as mais complexas. As Tecnologias Assistivas estão relacionadas por categorias: Adaptação ambiental e doméstica; Mobilidade; Órtese e prótese; Adequação Postural; Comunicação Alternativa e Suplementar; Acessibilidade Virtual e Adaptação Veicular (VIANA, TEIXEIRA, 2019).
As Tecnologias Assistivas podem ser descritas como um conjunto de ferramentas, serviços, equipamentos que auxiliam nas atividades cotidianas das pessoas com algum tipo de deficiência, pessoas idosas com mobilidade reduzida, promovendo maior autonomia e qualidade de vida. Neste sentido, a Tecnologia Assistiva possibilita e ajuda os alunos com necessidades especiais no seu processo de aprendizagem e de inclusão escolar (VIANA, TEIXEIRA, 2019).
Galvão Filho (2009) considera que a Tecnologia Assistiva apresenta-se como uma poderosa aliada para a inclusão dos alunos com necessidades especiais, considerando os recentes avanços nessa área. Podemos dizer que as Tecnologias de informação e Comunicação-TICs também podem ser utilizadas como Tecnologia Assistiva, pois os computadores são ferramentas que auxiliam as pessoas com deficiência no processo de desenvolvimento e aprendizagem. Através de adaptações de teclados, mouse, softwares especiais e acessibilidade, esses recursos possibilitam o acesso ao conhecimento, à escola, à comunicação e à interação com o meio em que vive (Galvão Filho e Damasceno, 2008 cita VIANA, TEIXEIRA, 2019).
TIC – Tecnologias de informação e Comunicação TA – Tecnologia Assistiva
A TIC e a TA são recursos que auxiliam na autonomia e na inclusão social da pessoa com deficiência, não apenas no seu processo de aprendizado educacional como também no seu contexto social. Para Bersch (2006), na educação, a Tecnologia Assistiva vem se tornando, cada vez mais, um elo entre o processo de aprendizagem e desenvolvimento de alunos com deficiência, auxiliando o aluno a realizar suas tarefas de forma mais autônoma dentro de suas habilidades (VIANA, TEIXEIRA, 2019).
Para que o professor possa utilizar estratégias que auxiliem os alunos no desenvolvimento de seus potenciais, é necessário conhecer os diferentes tipos de deficiência e suas especificidades para que possam elaborar suas práticas pedagógicas, viabilizando a participação dos alunos nas diferentes práticas vivenciadas na escola. É importante salientar que o professor precisa ter o conhecimento técnico e o domínio do computador para que possa integrar essa ferramenta às suas práticas pedagógicas (VIANA, TEIXEIRA, 2019).
Salas Multifuncionais
Dentro das salas de recursos multifuncionais são disponibilizados alguns recursos de Tecnologia Assistiva, que são: máquina de escrever em Braile, acionador de mouse, colmeia – dispositivo usado no teclado do computador, lupa, tapete sensorial, plano inclinado, Comunicação Alternativa e Aumentativa – CAA, informática, mobiliário, recursos pedagógicos. O professor deve procurar conhecer as dificuldades do aluno para escolher uma Tecnologia Assistiva que melhor se adapte para suprir a sua necessidade, eliminando, desta forma, as barreiras impostas pela deficiência apresentada (VIANA, TEIXEIRA, 2019).
É necessário, também, que haja um auxílio de outros profissionais que possam ensinar a utilização desses recursos tecnológicos de acessibilidades. O uso de recurso de Tecnologia Assistiva, para alguns alunos, é a única maneira de proporcionar o acesso ao conhecimento à escola, onde vão poder desenvolver suas habilidades, potencialidades e favorecer suas ações de como estudar, brincar, interagir, comunicar e permitir a convivência em grupo (VIANA, TEIXEIRA, 2019).
Através do Plano Nacional dos Direitos da Pessoa com Deficiência-Viver sem Limite, por meio do Decreto 7.612, de novembro de 2011, o governo investe em recursos e serviços de apoio à educação básica. Essas são ações que contemplam a implantação de Salas de Recursos Multifuncionais, promoção de acessibilidade nas escolas, formação de professores para o Atendimento educacional especializado- AEE, aquisição de ônibus escolares acessíveis e ampliação do Programa de Acompanhamento e Monitoramento do Acesso e Permanência na Escola dos Beneficiários do Benefício da Prestação Continuada Assistência Social- BPC, por meio de ações articuladas entre as educações- áreas da educação, assistência social, direitos humanos e saúde. Com o avanço das políticas públicas para a inclusão escolar, e com a implementação das salas de recursos e o atendimento educacional especializado foi possível disponibilizar recursos de Tecnologia Assistiva – TA para pessoas com deficiência, atendendo suas peculiaridades permitindo maior autonomia e desenvoltura no seu processo de ensino-aprendizagem (SONZA, SALTON, STAPAZZON, 2015 cita VIANA, TEIXEIRA, 2019).
Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e estre em Educação Renata Bringel, ministra os cursos Online Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil, TDAH, Avaliação e Intervenção entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site renatabringel.com.br
Referência:
VIANA, Márcia Lazzari; TEIXEIRA, Maria do Rocio Fontoura. Sala de atendimento educacional especializada (AEE): o uso da tecnologia assistiva no processo de inclusão dos alunos nas atividades de ensino-aprendizagem. Brazilian Journal of Education, Technology and Society= Cadernos de Educação, Tecnologia e Sociedade. Luziânia, GO: Instituto Federal de Educação, Ciência e Tecnologia de Goiás. Vol. 12, n. 1 (jan./mar. 2019), p. 72-79, 2019.