TEA – Hierarquia de dicas na aplicação ABA

Consiste em retirar gradualmente as dicas dada às crianças para a realização de atividades. O objetivo é impedir que a criança erre e se mantenha motivada.
Consiste em retirar gradualmente as dicas dada às crianças para a realização de atividades. O objetivo é impedir que a criança erre e se mantenha motivada.

TEA

O transtorno do espectro do autismo é um transtorno do neurodesenvolvimento, que se manifesta na infância, caracterizado por déficits na socialização e comunicação, comportamentos estereotipados e interesses restritos. Estas características podem favorecer o isolamento da criança, empobrecendo, ainda mais, suas habilidades comunicativas. A literatura científica tem destacado a importância do diagnóstico precoce de TEA como primeiro passo para o estabelecimento de tratamentos, intervenções e ações precoces, já que estas têm levado a um melhor prognóstico dos casos e, consequentemente, a uma melhor qualidade de vida para o indivíduo e aos seus familiares (MERGULHÃO 2017).

O Center for Disease Control and Prevention (2000) – CDC –, órgão responsável por monitorar, realizar pesquisas na área da saúde e desenvolver políticas de saúde pública, criou os “Red Flags”, que são os sinais precoces dos TEA. Segundo esse órgão, os seguintes elementos foram citados como sinais precoces de TEA:

– Não responder ao chamado do próprio nome até os 12 meses de idade;

– Não apontar os objetos para mostrar interesse até os 14 meses de idade;

– Não fazer jogos imaginários (por exemplo, fingir “alimentar” uma boneca) até os 18 meses de idade;

– Evitar ou não ter contato visual e querer ficar sozinho;

– Dificuldade para entender os sentimentos dos outros ou falar de seus próprios sentimentos; – Atraso na fala e nas habilidades relacionadas à linguagem;

– Repetir palavras ou frases (ecolalia);

– Dar respostas a perguntas fora do contexto;

– Se irritar por causa de pequenas alterações de objetos no ambiente;

– Interesses obsessivos e restritos por determinados assuntos ou objetos;

– Estereotipias, como balançar as mãos ou mexer o corpo freneticamente, ou ficar andando e girando em círculos;

– Ter reações incomuns ao entrar em contato certos sons, cheiros, sabores, aparências; hipersensibilidade tátil; ou disfunções/alterações auditivas, gustativas, olfativas e táteis.

ABA

A intervenção comportamental é uma das mais utilizadas no tratamento das crianças com TEA, por ser eficaz e mostrar resultados consistentes. A terapia tem como objetivo o ensino das habilidades necessárias a fim de tornar os indivíduos independentes e incluídos na sociedade. Para isso, são utilizadas técnicas para desenvolver habilidades de comunicação, habilidades sociais, de brincadeira, acadêmicas e de autocuidados. A Análise do Comportamento Aplicada (ABA – Applied Behavior Analysis) consiste em um estudo científico que explica comportamentos socialmente relevantes e planeja modificações para estes, visando aumentar, diminuir, melhorar ou eliminar comportamentos (Loovas O.I, 1987 realizou um estudo pioneiro que demonstrou a eficácia da intervenção em ABA para crianças com autismo).

Hierarquia de dicas aplicadas por um analista de comportamento

– Como ensinar:

O currículo comportamental, que é desenvolvido pelo analista do comportamento, é composto por programas. Cada programa, que também é desenvolvido pelo analista do comportamento, descreve o procedimento de ensino a ser executado a fim de maximizar um comportamento-alvo específico. O seguimento ou a aplicação do programa com os indivíduos autistas pode ser executado por um aplicador especialmente treinado para tanto. Tanto o currículo, quanto cada programa do mesmo, são individualizados e específicos para cada criança, sempre respeitando as peculiaridades de seu repertório comportamental. Cada programa, além de descrever o procedimento de ensino que o aplicador deve aplicar, requer uma tecnologia de registro específico. O registro garante o controle do aplicador sob o que está acontecendo com a criança. O registro do desempenho da criança ao longo do tempo permite observar as mudanças no mesmo ao longo das sessões e analisar se o procedimento de ensino está sendo efetivo (comparação do indivíduo com ele mesmo). Além disso, o registro permite que diferentes aplicadores acompanhem o desempenho do indivíduo em questão, dando continuidade aos procedimentos das intervenções anteriores (SCHWARTZMAN, DE ARAÚJO, MEMNON).

Para garantir que a aprendizagem ocorra minimizando a probabilidade de erros e que haja um alto nível de reforçamento positivo, deve-se programar a hierarquia de dicas de respostas para o comportamento que se quer desenvolver (Maurice, Green e Foxx, 2001). O aplicador apresenta uma tarefa e ajuda a criança a realizá-la, a partir de dicas variam de acordo com a criança e com o comportamento ensinado. A dica pode ser dada pelo movimento do aplicador de forma física, gestual, verbal ou com a utilização de outros estímulos visuais (imagens, figuras, símbolos, objetos). As dicas fornecidas passam das mais intrusivas para as menos intrusivas, de forma que a ajuda apresentada pelo aplicador é retirada gradualmente e a independência da criança em emitir os comportamentos é promovida. Consiste em retirar gradualmente as dicas dada às crianças para a realização de atividades. O objetivo é impedir que a criança erre e se mantenha motivada.

Ainda em relação à intervenção individualizada, o analista do comportamento precisa planejar mudanças no esquema de reforçamento adotado: a princípio, libera-se consequência reforçadora de forma contingente à resposta emitida pela criança em cada tentativa discreta (esquema de reforçamento contínuo); mas, à medida que o comportamento já está estabelecido no repertório da criança e precisa ser mantido, aumentamos o número de respostas requeridas para que a consequência seja liberada (esquema de reforçamento intermitente). Essa mudança de esquemas de reforçamento é fundamental para a generalização e manutenção dos comportamentos em outros contextos sociais, já que as pessoas na sociedade comumente reforçam os comportamentos umas das outras apenas de maneira intermitente. O analista do comportamento planeja a realização das sessões de atendimento em mais de um local (por exemplo: no consultório, em um parque) de forma que comportamentos ensinados em um contexto possam também ocorrer em outros contextos (SCHWARTZMAN, DE ARAÚJO, MEMNON).

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e Mestre em Educação Renata Bringel, ministra um curso onde apresenta Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site www.renatabringel.com.br

Referências:

MERGULHÃO, Lucila Russi. CENTRO PARADIGMA DE CIÊNCIA DO COMPORTAMENTO.2017

SCHWARTZMAN, Salomão; DE ARAÚJO, Ceres Alves; MEMNON, Editora. Análise Aplicada do Comportamento (ABA) Cíntia Guilhardi (Gradual, USP) Claudia Romano (Gradual, PUC-SP) Leila Bagaiolo (Gradual, USP).

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