Psicologia na educação infantil

A Psicologia na educação infantil alterna questões que integram o desenvolvimento da criança, abrangendo aspectos cognitivos, afetivos e motores.
A Psicologia na educação infantil alterna questões que integram o desenvolvimento da criança, abrangendo aspectos cognitivos, afetivos e motores.

Educação Infantil

Cada vez mais cedo à criança está frequentando o sistema educacional. Devido a maior participação da mulher no mercado de trabalho a rotina familiar com cuidados e educação dos filhos sofreu algumas alterações.

O número de creches teve um aumento significativo com o passar dos anos. Inicialmente as creches eram instituições assistencialistas que se ocupavam apenas com a alimentação, a higiene e a segurança física das crianças.

Para Campos (2001), com o enfraquecimento da visão estigmatizante e assistencialista da educação, instaurou-se um movimento social e governamental pelo atendimento de novas demandas, que resultou no recente reconhecimento da educação infantil em creches e pré-escolas como um dever do Estado e um direito da criança, legalmente estabelecido no artigo 208, inciso IV, da Constituição Federal de 1988. Essa mudança foi reafirmada nos anos de 1990, pelo Estatuto da Criança e do Adolescente (ECA), e em 1996, pela Lei n° 9394 de Diretrizes e Bases da Educação Nacional (LDB). Com a LDB, surge a Educação Infantil, com novos objetivos, que engloba as crianças entre 0 e 6 anos. A Educação Infantil passa a olhar o momento de desenvolvimento da criança, vendo-a como sujeito integrado, sem dissociar aspectos cognitivos, afetivos, expressivos, motores ou simbólicos.

Portanto, o modelo de Educação Infantil tem sido alterado à medida que a concepção de educação da criança de 0 a 6 anos atinge objetivos diferenciados, com propostas educacionais explícitas fundamentadas em teorias psicológicas do desenvolvimento infantil. A criança nessa idade passa a ser vista como sujeito de educação, com necessidade de atendimento qualificado que vise o seu desenvolvimento integral (Vokoy, Pedroza 2007).

O desenvolvimento infantil de 0 a 6 anos

Segundo as psicólogas Tatiana Vokoy e Regina Lúcia Sucupira Pedroza tendo em vista a proposta do atendimento à criança na Educação Infantil que engloba os aspectos funcionais e relacionais, é necessário que a escola e o educador conheçam os diferentes momentos do desenvolvimento da criança de 0 a 6 anos.

Segundo Wallon (1934) (cita Vokoy, Pedroza 2007), a criança deve ser estudada na sucessão das etapas de desenvolvimento caracterizadas pelos domínios funcionais da afetividade, do ato motor e do conhecimento, entendidos como sendo desenvolvidos primordialmente pelo meio social.

Os estágios do desenvolvimento propostos por Wallon (1934) (cita Vokoy, Pedroza 2007),  têm início na vida intrauterina, caracterizada por uma simbiose orgânica. Após o nascimento, apresenta-se o estágio impulsivo- emocional no qual prevalece a emoção, caracterizado como o período da simbiose afetiva. No período seguinte, que vai até os 2 anos de idade, a criança encontra-se no estágio sensório-motor e projetivo, voltando-se para a exploração do mundo físico. Gradualmente, com a aquisição da marcha e da linguagem, a criança apresenta modificações no seu padrão de interação com o mundo.

A partir dos 3 anos, ocorre o estágio do personalismo, momento da constituição do eu, no qual a criança em seu confronto com o outro passa por uma verdadeira crise de personalidade, caracterizada pelas mudanças nas suas relações com o seu entorno e pelo aparecimento de novas aptidões. Wallon (1953) (cita Vokoy, Pedroza 2007), considera esse estágio, que vai até os 6 anos de idade, como sendo muito importante para a formação da personalidade.

A Psicologia na Educação Infantil

A atuação do psicólogo escolar na Educação Infantil, assim como em outras áreas, vem sendo discutida a partir do crescimento das demandas nas diferentes instituições sociais (Vokoy, Pedroza 2007).

Souza (2000) (cita Vokoy, Pedroza 2007), afirma que não existem modelos preconcebidos para se trabalhar na escola, mas “princípios norteadores de uma prática a serviço da superação da exclusão, da estigmatização e da desigualdade” (p.136). Sayão e Guarido (1997) (cita Vokoy, Pedroza 2007), também salientam a necessidade da mudança do foco da atuação do psicólogo escolar, para não ser restrito à orientação psicológica sobre as crianças, mas envolver os aspectos da relação entre a equipe e os educadores, contemplando os conflitos, as insatisfações e contradições inerentes às práticas sociais.

A partir das ideias dessas autoras, podemos apontar como “princípios norteadores” dessa prática os seguintes pontos: trabalho com os professores; a etnografia como metodologia; interdisciplinaridade; trabalho junto às famílias; e trabalho com a criança. O psicólogo escolar deve ter como objetivo junto aos professores encorajá-los a desenvolver cada vez mais um papel ativo no processo educacional. Nesse processo, é imprescindível a estimulação do pensamento crítico, a fim de uma melhor compreensão da sua atuação profissional (Vokoy, Pedroza 2007).

De acordo com o exposto sobre o desenvolvimento infantil, segundo Wallon (1937) (cita Vokoy, Pedroza 2007), o psicólogo, junto com os educadores, deve procurar entender esse processo na sucessão das etapas e dos conflitos provocados pelas crises que pontuam o crescimento. Essa etapa do desenvolvimento na Educação Infantil compreende o movimento da construção do eu psíquico e o entendimento desse processo deve auxiliar os educadores no cotidiano da sua prática pedagógica.

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e estre em Educação Renata Bringel, ministra o curso Online Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site renatabringel.com.br

Referência:

VOKOY, Tatiana; PEDROZA, Regina Lúcia Sucupira. Psicologia Escolar em educação infantil: reflexões de uma atuação. Psicologia Escolar e Educacional, v. 9, p. 95-104, 2005.

Campos, A.P.S.F.M. O Psicólogo Escolar e a Educação Infantil: um olhar sobre a inserção desse profissional nas escolas de Brasília. Dissertação de Mestrado, Universidade de Brasília, Brasília-DF (2001).

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