O jogar na escola

O jogar na escola gera um ambiente de convívio social por meio da investigação e participação em jogos.
O jogar na escola gera um ambiente de convívio social por meio da investigação e participação em jogos.

Plano de aula

O jogar na escola – Sugestão de Idade – 1 º ano do ensino fundamental – Educação física

Habilidades BNCC:

EF12EF01 EF12EF02 EF12EF03 EF12EF04

Objeto de conhecimento

Brincadeiras e jogos da cultura popular presentes no contexto comunitário e regional.

Objetivos de aprendizagem

Conhecer jogos do contexto comunitário e escolar.

Identificar as características dos jogos do contexto comunitário.

Reconhecer o espaço escolar para a realização e adaptação de jogos do contexto comunitário.

Utilizar o corpo intencionalmente (com criatividade, controle e adequação) nos jogos do contexto comunitário.

Respeitar as diferenças individuais de desempenho dos colegas nos jogos do contexto comunitário.

Identificar novas habilidades motoras básicas e aprimorá-las nos jogos do contexto comunitário.

Relacionar a presença das capacidades físicas nos jogos do contexto comunitário com atividades que realiza em outros momentos do seu dia a dia.

Competências gerais

1. Conhecimento

3. Repertório cultural

9. Empatia e cooperação

Materiais sugeridos

Nenhum.

Conversa inicial

Apresente aos estudantes os objetivos desta aula e comente que irão refletir sobre a utilização do jogo no espaço escolar. Elabore previamente algumas perguntas que levem os estudantes a fazer esta reflexão, como, por exemplo: Em quais momentos vocês jogam na escola? Quais jogos costumam realizar? Quais materiais utilizam? Quais os movimentos necessitam para realizar taljogo? Retome com a turma as características dos jogos para facilitar a discussão, como a existência de regras, a presença de ganhador e perdedor.

Você poderá fazer um combinado com a turma para este momento de discussão, permitindo que aqueles que desejem expressar-se, falem e sejam ouvidos por todos. Perceba quem possui restrições, seja por medo, alguma barreira na comunicação ou impedimento, e faça intervenções necessárias, dando dicas, incentivando os estudantes a expressarem-se da maneira que lhes for conveniente. Também incentive a turma a colaborar com os colegas e observe se algum estudante necessita de orientação individualizada. Utilizar imagens e outros elementos de alguns jogos, como cordas, bolas pode contribuir para o diálogo.

Comente com os estudantes que nesta aula experimentarão os jogos de perseguição. Retome com a turma as características dos jogos. Fique atento se a comunicação oral é efetiva para todos os estudantes, ou se é necessário utilizar suporte visual e outros, tanto para a compreensão das perguntas disparadoras, quanto para permitir que os estudantes, mesmo os mais tímidos, não fluentes ou não oralizados em português, possam participar ativamente da conversa, estimulando e valorizando o pertencimento de todos os estudantes.

Sugerimos uma estratégia para que os estudantes falem e sejam ouvidos com clareza. Por meio de jogos simbólicos, você pode fazer combinados com a turma para que todos os estudantes falem e sejam ouvidos. Por exemplo, quem estiver com a vez de fala terá direito de expressar-se, e, em seguida, irá escolher o próximo colega para manifestar-se. Garanta que todos possam se expressar e também ouvir os colegas. Essas práticas são importantes para o desenvolvimento da oralidade e da escuta.

Inicialmente, proponha para a turma a experimentação de dois jogos de perseguição para introduzir o assunto e comunique a turma que, posteriormente, eles também criarão regras para serem praticadas por todos. Solicite aos estudantes que, no momento da prática, se atentem aos gestos motores e capacidades físicas requisitados em cada jogo, e que, no momento da reflexão, irão comentar com a turma quais gestos identificaram.

Atividade

Atividade 1: Pega-pega gelo 

Apresente o pega-pega gelo aos estudantes, exemplificando a regra básica. No jogo pega-pega gelo, quem for pego deve ficar parado no lugar, como uma estátua, e só retornará ao jogo se outros jogadores que estão fugindo encostarem nele (variação: passando por debaixo da perna do colega “congelado”). O jogo termina quando todos os fugitivos forem congelados.

Porém, nesta atividade, proponha aos estudantes que criem e estabeleçam as próprias regras de congelar e descongelar. Possibilite que organizem o jogo, estipulando o que vale e o que não vale na hora de experimentar a prática, como ficarão congelados e quais as possibilidades de descongelar e voltar para a atividade. Dessa maneira, você estará incentivando o protagonismo da turma na vivência do jogo.

É importante que se verifique o número de fugitivos em comparação com o número de perseguidores, pois, se for muito menor a quantidade de perseguidores, dificilmente o jogo terminará. É importante estar atento aos estudantes da turma, caso seja necessário, você pode e deve flexibilizar as regras, por exemplo, propor que os fugitivos estejam em duplas compondo diferentes modos de se locomover pelo espaço. Também podem ser incorporados diferentes “piques”, fugitivos não podem ser pegos se na dupla um estiver com a mão na cabeça do outro. Dessa forma, podemos ampliar as competências e habilidades para além do se locomover rapidamente.  

Sugerimos começar o jogo com vários grupos (de cinco estudantes), demarcando os espaços para que cada grupo realize a atividade. Em seguida, você pode ir aumentando os espaços e diminuindo os grupos, de tal maneira que, no final, exista apenas dois grupos: um de pegadores e outro de fugitivos. Circule entre os estudantes e perceba como reagem, se apresentam dificuldades. Faça intervenções, quando necessário, e sugira a formação de novos grupos, como, por exemplo, “agora meninas perseguem e meninos fogem”. Sugira também que criem gestos e regras durante a atividade, possibilitando a autonomia e o protagonismo dos estudantes. Indicamos uma segunda atividade para a sequência de aula.

Atividade 2: Mãe da rua colorida

Apresente aos estudantes outro jogo, desta vez, utilizando toda a turma no espaço delimitado da aula de Educação Física. Faça duas linhas no chão a uma determinada distância uma da outra, demarcando a rua. Um dos estudantes será o pegador e ficará atrás de uma das linhas. Os demais estarão atrás da outra linha. O objetivo dos fugitivos é ultrapassar a linha em que o pegador se posiciona. O jogo é iniciado a partir da fala do perseguidor com os fugitivos: “Mãe da rua colorida”; todos: “Qual cor?”; pegador: “amarelo” (ou a cor que preferir).

Tenha atenção caso haja estudante com deficiência visual ou auditiva. Proponha aos estudantes que se revezem no auxílio ao colega, fazendo a audiodescrição da cor ou auxiliando-o na leitura labial ou demonstração da cor.

Todos que tiverem a cor referida pelo pegador podem atravessar a rua sem serem capturados. Os que não tiverem devem correr tentando chegar ao outro lado sem ser pegos. Em geral, o pegador fica de costas para os demais ao dizer a cor, assim nenhum fugitivo é privilegiado. O jogo termina quando todos forem capturados.

Circule entre os estudantes e perceba como reagem, se apresentam dificuldades. Faça intervenções, quando necessário, e não se esqueça de possibilitar a participação de todos.

Após a experimentação desta atividade, sugira aos estudantes que criem e estabeleçam novas regras para o jogo, como a organização dos espaços, as maneiras de escolherem os pegadores, o que é válido ou não na atividade. Possibilite que a turma elabore novas maneiras de se jogar, propondo desafios de modificações quanto às habilidades motoras e capacidades físicas a serem exploradas por eles. Dessa maneira, você estimulará a autonomia e o protagonismo dos estudantes. Indicamos uma terceira atividade para a sequência de aula.

Atividade 3: Recriando jogos de perseguição para tempos e espaços da escola

Possibilite aos estudantes que criem um jogo, que pode ser vivenciado fora do contexto da aula de Educação Física, como, por exemplo, nos espaços externos, nos momentos de recreio, ou em tempos e espaços escolares diversos, utilizando as características do jogo exploradas na Conversa inicial.  Os estudantes deverão se organizar em grupos ou equipes, combinar as regras e organizar as finalidades e objetivos da atividade, enfatizando a importância da participação de todos, meninos e meninas.

Nesta atividade, os estudantes terão mais movimentação e protagonismo, participando da organização do jogo. Possibilite à turma que organize a atividade, respeitando os tempos e espaços da escola onde ela poderá ser praticada e, também, que reflita a respeito da participação de todos nesta atividade.

Faça intervenções na organização da atividade, caso seja necessário. Possibilite que os grupos apresentem os jogos de perseguição que criaram para que toda a turma possa vivenciar. Pense com os estudantes se existe na proposta alguma barreira que possa impedir ou dificultar muito a participação de todos com segurança, autonomia e prazer no jogo. Proponha alternativas para que os estudantes decidam a melhor forma de realizar a atividade. Sempre observe as peculiaridades da sua turma na hora de organizar as atividades, permitindo a participação de todos.

Momento da reflexão

Após a prática, faça uma roda de conversa e discuta com os estudantes sobre as atividades, questionando-os sobre a participação e a percepção deles a respeito da experimentação, utilizando questões disparadoras, como: Vocês conheceram jogos do contexto comunitário? Reconheceram outros espaços escolares para a utilização dos jogos do contexto comunitário? Respeitaram as diferenças individuais dos colegas nos jogos do contexto comunitário? Quais foram os gestos motores ou habilidades motoras que vocês utilizaram na prática destes jogos? Reconhecem a presença das capacidades físicas nos jogos com atividades que realizam em outros momentos do seu dia a dia? Quais? A partir das respostas dos estudantes a respeito dessas perguntas, direcione o momento de reflexão, com outras questões norteadoras: Para que servem as habilidades motoras que vocês experimentaram? Todos possuem as mesmas capacidades de realização das habilidades motoras? Lembre-se sempre de possibilitar a oportunidade a todos, considerando a realidade e os possíveis impedimentos e as formas singulares de comunicação de cada um dos estudantes, de maneira a ampliar a expressão do conhecimento construído de cada um dos participantes.

Além disso, você pode incentivar os estudantes a praticar estes jogos em outros momentos da rotina escolar, como no momento do recreio. Questione-os se tais atividades são possíveis de realizar no recreio e como eles podem adaptar as regras para que seja permitida a participação de todos. Incentive os estudantes a refletirem sobre em quais outros espaços ou tempos escolares estas atividades poderão ser praticadas, e quais outros jogos eles poderão realizar nestes momentos.

Incentive os estudantes a expressarem-se, conforme os combinados da vez de falar, apontado anteriormente. Deixe os estudantes falarem, não se preocupando em apontar respostas certas ou erradas, principalmente na execução dos gestos motores, e sim expressarem-se a partir da experiência vivida. Faça pontuações, a partir da observação da vivência dos estudantes. Retome possíveis situações em que houve conflitos e exclusão e aquelas em que os estudantes apresentaram condutas positivas.

Registro e avaliação

Como sugestão de registro, solicite aos estudantes que registrem, da maneira que acharem melhor (desenhos, frases, palavras), quais os jogos experimentados na aula poderão ser levados para outros espaços e tempos da escola.

Auxilie os estudantes na escrita dessa palavra, caso seja necessário. Os estudantes poderão registrar livremente; não existe desenho certo ou errado. O importante é identificar se os objetivos de aprendizagem elencados nesta aula foram apreendidos pelos estudantes.

As respostas podem contribuir para avaliar como os estudantes se sentiram e perceberam as atividades propostas, bem como nortear os próximos passos das aulas.

Como sugestão de avaliação, sugerimos que os estudantes façam um mural com os registros dos jogos experimentados na aula que podem ser recriados em outros espaços e tempos da escola. Além disso, utilize seus registros de observação feitos durante a prática e reflexão dos estudantes, como propósito avaliativo, a partir das manifestações orais dos estudantes a respeito das vivências praticadas e do conhecimento adquirido nesta aula. Nesse registro coletivo pode-se destacar descobertas, palavras e imagens-chave e regras. Sempre cuidando para que os materiais ofertados permitam a opção e a utilização com o máximo de autonomia para todos os estudantes. O uso de outros modos e/ou materiais, assim como a flexibilização de regras, não pode suprimir o desafio e o sujeito através de uma ajuda excessiva e por vezes invasivas.

Outra observação que pode ser utilizada como avaliação é questionar oralmente à turma sobre o que aprenderam a respeito das habilidades motoras e quais a turma estudou ao praticar os jogos de perseguição.

Lembre-se de observar atentamente a segurança e a inclusão de todos os estudantes nas atividades, fazendo as adaptações necessárias. Solicite-lhes que organizem e guardem os materiais no final da aula.

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e estre em Educação Renata Bringel, ministra o curso Online Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site renatabringel.com.br

Referência:

Autor: Renata Cristina Rogich Merighi

Coautor: Laércio de Moura Jorge

Mentor: Ricardo YoshioEspecialista da área: Luis Henrique Martins Vasquinho

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