Mudando o cenário da história

Mudando o cenário da história as crianças colocam em jogo esses conhecimentos, elaboram e constroem sentidos sobre as histórias.
Mudando o cenário da história as crianças colocam em jogo esses conhecimentos, elaboram e constroem sentidos sobre as histórias.

Plano de aula:

Mudando o cenário da história – Sugestão de Idade – Educação Infantil – Crianças pequenas (4 anos a 6 anos e 2 meses).

Campos de Experiência:   Escuta, fala, pensamento e imaginação; O eu , o outro e o nós

Objetivos e códigos da Base

(EI03EF06) Produzir suas próprias histórias orais e escritas (escrita espontânea), em situações com função social significativa.

(EI03EO04) Comunicar suas ideias e sentimentos a pessoas e grupos diversos.

O que fazer antes?

Contextos prévios:

Para esta proposta, é necessário antever o conto clássico que é mais querido pelas crianças. Também é importante que as crianças já tenham vivenciado diversos contextos de leitura desta história, de forma que conheçam bem o enredo. Neste plano, o conto clássico Chapeuzinho Vermelho será tomado como exemplo para a proposta. O espaço escolhido para o novo cenário da narrativa será a escola, sendo esta também uma exemplificação na proposta.

Materiais:

Para o contexto desta atividade é necessário ter o conto clássico preferido do grupo. Considere dispor mais de um exemplar do livro, com o intuito de atender a um pequeno grupo de crianças. É necessário dar suporte de escrita para o professor escriba da atividade. Sendo assim, considere utilizar um cartaz ou quadro. Observe a necessidade de organizar o material da atividade para que o outro grupo de crianças que não estará envolvido com esta proposta no primeiro momento vivencie uma atividade que já realizam com autonomia.

Espaços:

Antecipe um espaço que possa acolher um pequeno grupo de crianças. É importante que este espaço acolha os dois grupos de crianças em atividades simultâneas e oportunize o estabelecimento de relações de qualidade, de modo que elas conversem e se expressem nas diferentes linguagens, estabelecendo trocas entre os pares.

Tempo sugerido:

Em torno de 40 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

1. Quando é feito o convite para propor que o conto aconteça em outros espaços, as crianças contribuem com quais hipóteses? Elas trazem sugestões e ideias de novos espaços de seu cotidiano, fantasiosos etc.? Como?

2. As crianças se apoiam em sugestões dos pares e fazem complementos às ideias que emergem? Quais falas, gestos ou expressões indicam este apoio?

3. Como reagem ou comentam o reconto criado? Quais expressões usam? Há sorrisos? Demonstram interesse? Como?

O que fazer durante?

1 – Convide o grupo para se acomodar no lugar preparado por você, compartilhando com as crianças que hoje você preparou duas propostas para o grupo. Conte que, para isso, um grupo ficará com você desenvolvendo um reconto enquanto o outro se engaja em uma atividade que realiza com autonomia. Depois, acontecerá a troca dos grupos. Divida os grupos como uma brincadeira. É importante pensar em mesclar as crianças, oportunizando que haja diversidade para que, nas trocas, uma criança aprenda com a outra. Após organizar os grupos, encaminhe cada um para a proposta escolhida.

2 – Depois do encaminhamento dos grupos, compartilhe com as crianças que ficaram com você que hoje vocês farão um reconto diferente. Pergunte o que acham da possibilidade do conto favorito delas acontecer em um espaço diferente do da história, como a escola, uma loja de brinquedos, um supermercado etc. Instigue-as a imaginarem os efeitos que a mudança do cenário causaria na narrativa. Acolha as hipóteses e falas do grupo, considerando apoiá-lo neste jogo imaginário. Ao final, proponha para as crianças a criação e escrita do reconto em um cenário diferente.

Feita a proposta, considere utilizar uma estratégia para que o grupo escolha o cenário para o conto. Esta escolha pode ser feita por votação ou, se houver consenso na proposta do grupo, considere o cenário mais apontado pelas crianças.

3 – Cenário escolhido, compartilhe com o grupo, que agora, vocês começarão a narrativa e você será o escriba do reconto. Pergunte às crianças como começa o conto favorito delas. Em seguida, pergunte como começariam a narrativa no cenário escolhido. Anote as escolhas feitas de forma a encadear a nova narrativa. Considere apoiá-las, neste momento, auxiliando na construção das hipóteses propostas pelo grupo. Por exemplo, é possível que os personagens sejam modificados para que o cenário novo tenha sentido na narrativa. A mamãe da história da Chapeuzinho pode ser transformada em professora que pede que uma criança leve folhas para outra sala.

Possíveis falas do professor: Crianças, como começa a história da Chapeuzinho? A mamãe chama a chapeuzinho para levar uma cesta de guloseimas para a vovó. Mas agora que o nosso cenário é a escola, como podemos começar esta história?

4 – Siga o enredo da narrativa, instigando o grupo a ressignificar a história conforme o cenário. Continue oferecendo suporte, mas instigue as crianças nessa criação do reconto, apoiando e estimulado a construção dos pensamentos. Observe que, neste momento, é importante construir mediações junto ao grupo. Diga para as crianças perceberem as diferenças entre as marcas orais e escritas, lançando situações emergentes para que construam reflexões que as aproximem da linguagem escrita. Observe que, por se tratar de um processo de aquisição, a escrita do novo reconto não precisa ficar perfeita, deixando de lado palavras e expressões que por vezes se distanciam da marca escrita, mas são características das crianças e compõem suas ideias para o reconto.

Possíveis falas do professor: Então, na história, o lobo escondido atrás da árvore observa a Chapeuzinho. E a aqui na escola? De qual lugar ele pode fazer isso? Agora vou ler a sugestão de vocês, para a gente continuar a história. O lobo, escondido atrás do escorregador, observava a Chapeuzinho Vermelho. Aí, ele teve uma ideia! Pensou que ela poderia pedir para brincar com as crianças de outra turma e aí ele chegaria primeiro e aí ia conseguir comer os doces! Vocês perceberam que temos muitos “aís” nesta parte? Será que, nas histórias que lemos, uma expressão se repete tanto assim? Vamos pensar em quais outras expressões podemos trazer para o nosso texto? Quando usamos o aí para contar algo, o que estamos querendo dizer?

5 – Observe que é comum que as crianças, ao produzirem um texto, façam muitas repetições de palavras, especialmente nomes dos personagens. Por exemplo: “A chapeuzinho vermelho foi levar as folhas, aí a chapeuzinho vermelho se distraiu no caminho e quando a chapeuzinho vermelho chegou…”.

Esteja atento para acolher essa forma de produção das crianças e, ao mesmo tempo, potencializar os entendimentos e construções acerca das especificidades das construções escritas. Nesse caso, oportunize reflexões que as levem a refletir sobre como podem fazer para não repetir muito a palavra “Chapeuzinho Vermelho” e sobre que outras palavras podem utilizar para dizer a mesma coisa, dentre outras estratégias.

Uma boa ideia é ler o trecho original do livro de história, por exemplo, para apoiar as ideias das crianças.

6 – Ao finalizar, combine com as crianças que, agora, o outro grupo participará da construção do reconto e que elas irão para a outra atividade. Combine que, assim que o outro grupo finalizar, você reunirá todos para compartilhar as histórias criadas pelas crianças. Organize a troca de atividades entre os grupos e siga as mesmas estratégias para o reconto com o novo grupo.

Considere que é fundamental que, ao longo da atividade, você observe o engajamento da turma com a proposta. Caso você sinta que as crianças estão cansadas frente à densidade da atividade, pause a proposta e combine com elas a continuidade no próximo dia ou em outro período do dia. Caso prefira, os grupos podem vivenciar a proposta em dias diferentes e você pode convidá-los a pensar num espaço diferente, ampliando assim as possibilidades de criação da turma.

Para finalizar:

Depois dos dois grupos escreverem seus recontos, preferencialmente no dia posterior a proposta, reúna todas as crianças e compartilhe a leitura das narrativas criadas. Convide as crianças a expressarem o que acharam das histórias e desta proposta. Em seguida, encaminhe a organização dos espaços utilizados e conduza o grupo para a próxima atividade do dia.

Desdobramentos

É possível propor esta mesma estrutura de reconto para outras histórias queridas pelo grupo. As crianças também podem preparar uma encenação do reconto criado, utilizando espaços diversos e até criando cenários. Outra proposta interessante é engajá-las na ilustração do reconto no novo cenário.

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e estre em Educação Renata Bringel, ministra o curso Online Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site renatabringel.com.br

Referência:

Autor: Maira Tangerino

Mentor: Camila Bon

Especialista do subgrupo etário: Karina Rizek

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