Ensino por tentativas discretas (DTT) para Autistas

Através do ensino por tentativas discretas (DTT) é possível obter maior independência das crianças Autistas.
Através do ensino por tentativas discretas (DTT) é possível obter maior independência das crianças Autistas.

DTT

O professor e especialista em Psicomotricidade Dr. Airton da Silva Negrine publicou em seu livro “Autismo infantil e terapia psicomotriz” de 2004 que as crianças com transtorno do espectro autista (TEA) parecem não perceber os sentimentos dos outros em relação a ela, demonstram pouca afetividade, prejuízos na comunicação e na linguagem, as quais suscitam inquietações no campo educacional para buscar estratégias a serem utilizadas para impulsionar processos de desenvolvimento e aprendizagem que possam reduzir as limitações que a patologia gera.

Através do Ensino por Tentativas Discretas (DTT – Discrete Trial Training) é possível obter maior independência da criança com autismo, o qual evidencia-se por ensinar novas habilidades dividindo sequências complicadas de aprendizado em pequenos passos com consequências reforçadoras

A Comunidade Virtual Autismo no Brasil (2006) enfatiza que no transtorno do espectro autista (TEA), as crianças podem ter diferentes graus de comprometimento nos seguintes aspectos: comunicação, habilidades sociais, habilidades para brincar, processamento visual e auditivo, auto estimulação, dificuldade em aprender pela observação do outro e seu aprendizado é mais lento. Posteriormente podem evitar totalmente o contato social ou serem inseguras, onde as regras sociais podem parecer-lhes muito arbitrárias, complexas e desnorteantes, podendo tornar-se obcecado por um determinado brinquedo ou objeto e perseverar na brincadeira, demonstram hipersensibilidade a uma série de sons e estímulos visuais que podem ser muito perturbadores, balançam o corpo, abanam as mãos, giram em círculos, demonstram dificuldade com o aprendizado incidental ou ambiental; a manutenção do foco e da atenção no aprendizado pode ser um grande desafio e usualmente requer uma grande dose de repetições para que os conceitos sejam dominados.

Autistas e ABA

A Comunidade Virtual Autismo no Brasil (2006) conceitua que a Análise do Comportamento Aplicada (ABA) é um termo procedente do Behaviorismo, que observa, analisa e explica a associação entre o ambiente, o comportamento humano e a aprendizagem. O Behaviorismo dedica-se na análise objetiva do comportamento observável e mensurável, onde o condicionamento é utilizado para mudar ou modificar comportamentos e auxilia na aprendizagem, no qual um comportamento seguido por um estímulo reforçador resulta em uma probabilidade aumentada de que aquele comportamento ocorra no futuro. A aplicação da ciência ABA é utilizada para ensinar crianças com autismo. A mesma é utilizada como base para instruções intensivas e estruturada em situação de um-para-um, onde punições são rejeitadas, concentrando-se na premiação do comportamento desejado, a meta do ensino é que o aprendizado adquirido seja generalizado para situações cotidianas.

Ensino por Tentativas Discretas (DTT) e ABA

O Ensino por Tentativas Discretas (DTT – Discrete Trial Training) é uma das metodologias de ensino empregado pelo ABA. Tem configuração estruturada, comandado pelo professor, e evidencia-se por dividir sequências complicadas de aprendizado em passos muito pequenos ou “discretos” (separados) ensinados um de cada vez durante várias “tentativas”, junto com o reforçamento positivo (prêmios) e o grau de “ajuda” que for necessário para que o objetivo seja alcançado. Apesar do termo “DTT” ser constantemente usado como sinônimo de “ABA”, ele não o é. A ABA é mais abrangente e contém diferentes tipos de intervenções, estratégias de ensino e manejo comportamental. Ensino por Tentativas Discretas DTT é um método dentro do campo da ABA (SILVA 2019).

O Psicólogo Ivam Lovas foi a primeira pessoa a aplicar os princípios da ABA e DTT para ensinar crianças com transtorno do espectro autista (TEA). É uma prática que utiliza instruções com tentativas repetidas de ensino, onde cada tentativa apresenta uma resposta e um reforço a essa resposta, caso seja adequada. É um treino totalmente estruturado, com início e fim definidos claramente.

Ensino por Tentativas Discretas (DTT)

No Ensino por Tentativas Discretas o objeto precisa estar evidente para que a criança entenda o comando, após a instrução “Pegar a bola”, a bola precisa estar visível e separada de outros objetos, sendo dois elementos fundamentais: um referente a apresentação da instrução que especifica a resposta a ser reforçada (pegar), o outro a própria bola, que especifica o estímulo que controla a resposta da criança, para que uma resposta seja bem sucedida, podem ser necessárias dicas ou ajudas, que estimula a resposta solicitada, a qual é utilizada temporariamente para evocar a resposta correta nas sessões iniciais afim de ensinar uma nova habilidade. Quando o instrutor dá uma instrução verbal, fornece o modelo de como realizar a tarefa, aponta para o estímulo visual correto em um conjunto de figuras ou guia fisicamente a criança à resposta desejada, ao qual é chamado de dicas de resposta, onde é o comportamento do profissional que ocasiona a resposta correta.

O componente mais importante do DTT é a apresentação de consequências reforçadoras para o estabelecimento e manutenção do comportamento, sendo impossível o ensino e o fortalecimento de qualquer comportamento operante sem consequências reforçadoras (SELLA, RIBEIRO,2018).

Há uma urgência na necessidade de preparar os professores para que possam ter condições de auxiliar e garantir uma educação de qualidade aos alunos que apresentam alguma dificuldade no contexto escolar, isso demanda rever antigas práticas e estar disposto a descobrir novos saberes (BARBERINI, 2016, p.54).

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e Mestre em Educação Renata Bringel, ministra um curso onde apresenta Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site www.renatabringel.com.br

Referência:

SILVA, Ana Maria Schulli da. ABORDAGEM TERAPÊUTICA EDUCACIONAL PARA ESTRUTURA DO ENSINO POR TENTATIVAS DISCRETAS DIRECIONADO A CRIANÇAS COM TRANSTORNO DO ESPECTRO AUTISTA. 2019.

SELLA, Ana Carolina; RIBEIRO, Daniela Mendonça. Análise do comportamento aplicada ao transtorno do espectro autista. Appris Editora e Livraria Eireli-ME, 2018.

BARBERINI, K.Y. A escolarização do autista no ensino regular e as práticas pedagógicas.Cadernos de Pós-Graduação em Distúrbios do Desenvolvimento, São Paulo, v.16, n.1, p. 46-55, 2016.

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