Sintomas de Dislexia, o que fazer?

A Dislexia é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica que afetam a leitura, escrita e matemática.
A dislexia é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica.

A dislexia é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, podendo ser leve, moderado ou grave.

Definição de Dislexia

A definição usada pela National Institute of Child Health and Human Development – NICHD é que a dislexia é considerada um transtorno específico de aprendizagem de origem neurobiológica, caracterizada por dificuldade no reconhecimento preciso e/ou fluente da palavra, na habilidade de decodificação e em soletração. Essas dificuldades normalmente resultam de um déficit no componente fonológico da linguagem e são inesperadas em relação à idade e outras habilidades cognitivas.

Muitos estudos realizados afirmam que a dislexia pode ser adquirida e não apenas hereditária. São distúrbios de aprendizagem de vários níveis e não de um tipo único. É preciso compreender o que de fato é esse transtorno, pois tem se apresentado simplesmente como dificuldade no ato da leitura.

Os primeiros estudos sobre Dislexia

Em seu livro Transtorno da Aprendizagem a professora Dra. Newra Tellechea Rotta conta que em 1872 o oftalmologista alemão Dr. Rudolph Berlim utilizou pela primeira vez o termo dislexia, que, posteriormente, foi usado por James Kerr. Em 1896, Pringle Morgan publicou, no British Medical Journal (BMJ), o interessante caso de um adolescente com incapacidade para ler, embora, se avaliado cognitivamente, deveria ter condições de fazê-lo.  Chamou essa situação peculiar de “cegueira verbal”. Em 1907, Stevenson mantém essa terminologia ao relatar o estudo, em uma família, de seis casos de “cegueira verbal”, já apontando para o aspecto genético.

A expressão dislexia ressurge em 1917, com o oftalmologista James Hinshelwood, que encontrara um paciente com inteligência normal e com dificuldade para aprender a ler e escrever. Observou distorções perceptivas em crianças que não conseguiam reconhecer ou compreender palavras impressas. Ele concluiu que a causa mais provável desse grave distúrbio de leitura era um defeito congênito no cérebro, que afetava a memória visual de palavras e de letras.

No entanto, só em 1950, Bertil Hallgren publica o primeiro estudo clínico e genético do que chamou de “dislexia específica”, em substituição à expressão “cegueira verbal congênita”. A partir daí, inúmeros pesquisadores interessados no entendimento da aquisição da linguagem escrita, principalmente psicólogos, colocaram ao lado da origem cerebral maturativa os aspectos psicológicos e a influência das adversidades sociais. Por meio de diversos testes psicológicos, que ainda hoje podem colaborar para o diagnóstico de dislexia, puderam observar também falhas no desenvolvimento da linguagem oral. Foram observadas alterações em outras funções cerebrais superiores, tais como a noção de espaço, de tempo e dificuldades visuoespaciais, importantes para o desenvolvimento da leitura e da escrita.

Trabalhos desenvolvidos na década de 1990 tentavam desvendar os aspectos genéticos envolvidos na dislexia. Vários autores, utilizando-se de exames complementares, provaram a possibilidade de malformações ou alterações funcionais cerebrais em crianças disléxicas. Entre eles, Drake Kemper, Galaburda e Levistsky demonstraram alterações anatômicas, e Duffly, alterações funcionais, a partir de estudos eletroencefalográfico.

Sinais de Dislexia

A dislexia pode ser hereditária ou adquirida. Portanto, não se pode concluir a história sem antes perguntar exaustivamente sobre história familiar e sobre consanguinidade. É fundamental que se conheça um pouco mais sobre como ela consegue vivenciar suas dificuldades.

É importante que seja avaliada a produção textual da criança, observando os cadernos e pedindo que ela escreva algo espontaneamente (palavras isoladas):

Observar:

• Leitura e escrita, muitas vezes incompreensíveis;

 • Confusões de letras com diferente orientação espacial (p/q; b/d);

 • Confusões de letras com sons semelhantes (b/p; d/t; g/j);

 • Inversões de sílabas ou palavras (par/pra; lata/alta);

 • Substituições de palavras com estrutura semelhante (contribuiu/construiu);

 • Supressão ou adição de letras ou de sílabas (caalo/cavalo; berla/bela);

 • Repetição de sílabas ou palavras (eu jogo jogo bola; bolo de chococolate);

 • Fragmentação incorreta (querojo garbola/ quero jogar bola);

 • Dificuldade para entender o texto lido.

Classificações de Dislexia

Dislexia Disfonética quando a criança tem dificuldade para ler palavras desconhecidas. Começa a ler e em seguida passa a adivinhar algumas palavras, considerando partes delas, por exemplo: lê “maltez por talvez”, “medida por menina”, “contar por comprar”, etc. Comete erros na leitura e na escrita, do tipo inversões, omissões ou agregação de fonemas ou de sílabas, por exemplo: “lata por alta”, “caalo por cavalo”, “mar por marle”, entre outros.

Dislexia Diseidética quando a criança lê de forma muito lenta, decompondo a palavra em suas partes, por ter dificuldade de ler globalmente. Assim como a leitura, também a escrita é pobre. Os erros mais frequentes na escrita são as inversões e as falhas na acentuação.

Dislexia Mista quando ocorrem alterações associadas das duas formas anteriores, em diferentes combinações e intensidades. A leitura costuma ser ainda mais difícil e ocorrem dificuldades mistas tanto na leitura quanto na escrita.

Etiologia da Dislexia

Genética • Pontos de mutação (mendelianos) • Anulação • Repetida amplificação de trinucleotídeo • Trissomias • Imprinting genético • Herança mitocondrial • Herança poligênica

Adquirida • Malformação do sistema nervoso central (SNC) • Mau desenvolvimento do SNC • Problemas perinatais • Danos no SNC pós-natal • Privação ambiental • Oportunidade educacional inadequada

Multifatorial • Interação entre genética e adquirida

Dislexia, o que deve ser feito?

A Dra. Newra Tellechea Rotta diz que embora o diagnóstico da dislexia seja clínico-neurológico, psicopedagógico e fonoaudiológico, muitas vezes, é necessário lançar mão de exames complementares para, como o nome diz, complementar informações ou observar comorbidades. Entre esses exames, estão os estudos neurofisiológicos como eletroencefalograma; potenciais evocados de longa latência auditivos e visuais; e testes psicológicos que contemplem os aspectos cognitivos e afetivos.

A Dislexia costuma melhorar com a idade, o que reafirma a importância de tratamento precoce, não só específico, como também para as comorbidades.  O tratamento deve ser focado na reeducação da linguagem escrita, abordando todos os aspectos envolvidos. O profissional de fonoaudiologia ou de psicopedagogia, treinado para trabalhar com transtorno específico da linguagem escrita, parte de um diagnóstico completo, necessário para que seja feito um planejamento para cada etapa seguindo uma cronologia adequada.

Segundo a International Dyslexia Society, em Comitê realizado em 1994, na dislexia, deve ser sempre observado que as diferenças são pessoais, o diagnóstico é clínico, o entendimento é científico e o tratamento é educacional.

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e Mestre em Educação Renata Bringel, ministra o curso online DISLEXIA Avaliação e Intervenção entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site www.renatabringel.com.br

Referência:

ROTTA, Newra Tellechea; OHLWEILER, Lygia; DOS SANTOS RIESGO, Rudimar. Transtornos da aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Artmed Editora, 2015.

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