Dislexia na escola, qual o tratamento?

A criança diagnosticada com Dislexia precisa de tratamento psicopedagógico apropriado, para elevar sua capacidade e sua autoestima.
A criança diagnosticada com Dislexia precisa de intervenção psicopedagógica apropriada, para elevar sua capacidade e sua autoestima.

Os reflexos da Dislexia

A Dislexia é um transtorno de aprendizagem que afeta crianças em todos os níveis escolares, dificultando a leitura, a escrita e a compreensão. É de fundamental importância o conhecimento de maneiras para facilitar o aprendizado de uma criança disléxica e qual o papel da escola frente aos alunos disléxicos.

A criança diagnosticada com Dislexia precisa de intervenção psicopedagógica apropriada, para elevar sua capacidade e sua autoestima, tornando o seu aprendizado um prazer. A Dislexia é um problema persistente até a vida adulta (com atenuações), mesmo com tratamento adequado. Os disléxicos podem ingressar na universidade, mas isso exige um considerável esforço próprio.

Como tratar a Dislexia na escola

Segundo a Associação Brasileira de Dislexia muitas vezes a criança apresenta disgrafia, dificuldade com a memória de curto prazo e de organização, dificuldade em executar sequência de tarefas complexas, em compreender textos escritos e de aprender uma segunda língua. O tratamento precoce pode evitar que o quadro evolua para dificuldade com quebra-cabeça, desinteresse por livros escritos e fraco desenvolvimento na coordenação motora.

A seguir, recomendam-se estratégias que poderão ser individualizadas para cada caso com o objetivo de otimizar o rendimento e, ao mesmo tempo, tentar evitar problemas de frustração e baixa autoestima, muito frequentes nos disléxicos. Essas normas foram elaboras com base em estudos de pesquisas realizado por renomados pesquisadores na área Neurobiológica e Multidisciplinar (Rotta2015).

Atitudes:

• Explicar ao disléxico que seu problema é conhecido e que será feito o possível para ajudá-lo.

• Dar-lhe uma atenção especial e encorajá-lo a perguntar em caso de alguma dúvida. Para tanto, seria recomendável que o disléxico sentasse perto do professor para facilitar a ajuda.

 • Comprovar sempre que o material oferecido para ler é apropriado para o seu nível leitor, não pretendendo que alcance um nível leitor igual ao dos colegas.

• Destacar sempre os aspectos positivos em seus trabalhos e não fazê-lo repetir um trabalho escrito pelo fato de tê-lo feito mal.

• Evitar que tenha de ler em público. Em situações em que isso é absolutamente necessário, oportunizar que ele prepare a leitura em casa.

• Aceitar que se distraia com maior facilidade que os demais, posto que a leitura lhe exige um superesforço.

• Nunca ridicularizá-lo e não permitir que os colegas o façam.

Proposta de ação pedagógica:

• Ensinar a resumir anotações que sintetizem o conteúdo de uma explicação.

 • Permitir o uso de meios informatizados e de corretores.

 • Permitir o uso da calculadora, já que muitos disléxicos têm dificuldade para memorizar a tabuada. Eles necessitam de mais tempo para fazer cálculos, precisando também de um esforço adicional para entender o problema.

 • Permitir o uso de gravadores de áudio, particularmente no ensino superior, considerando a dificuldade do disléxico para ouvir e escrever ao mesmo tempo. A reprodução do áudio lhe garantirá tranquilidade no momento de participar da aula e, ao mesmo tempo, possibilitará ouvi-la diversas vezes em casa para aprender melhor o conteúdo.

 • Usar materiais que permitem visualizações (figuras, gráficos, ilustrações) para acompanhar o texto impresso.

 • Evitar, sempre que possível, a cópia de textos longos do quadro fornecendo-lhe uma fotocópia.

 • Diminuir os deveres d e casa envolvendo leitura e escrita.

Aprendizagem de línguas estrangeiras:

Considerando o esforço que os disléxicos fazem para dominar a fonologia de sua língua materna desde o nascimento, é difícil também que eles dominem uma nova língua. Em caso de muita dificuldade, deve ser requerida isenção de língua estrangeira, substituindo essa disciplina pela elaboração de projetos independentes sobre conhecimentos relativos à cultura do país em que se fala essa língua.

 Avaliação escolar:

• Realizar avaliações orais sempre que possível – conduta válida em todos os níveis de ensino, particularmente no ensino superior.

• Prever tempo extra como recurso obrigatório, não opcional, pois a capacidade de aprender do disléxico está intacta, e ele simplesmente precisa de tempo para acessá-la. Como o disléxico não automatizou a leitura precisará ler pausadamente, com muito esforço, e se apoiar nas suas habilidades mais altas de pensamento. Ele precisa utilizar o contexto para entender o significado da palavra, um caminho mais longo e indireto que requer um tempo extra.

 • As instruções devem ser fornecidas de forma breve e objetiva, evitando confusões. O professor deve se certificar de que o disléxico entendeu o que deve ser feito.

 • Valorizar sempre os trabalhos pelo seu conteúdo e não pelos erros de escrita. Infelizmente, não adianta o professor apontar o erro, pois o disléxico tem muita dificuldade para memorizar a grafia correta.

• Oportunizar um local tranquilo e sala individual para fazer testes ou avaliações para que o disléxico possa focar a sua atenção na tarefa que tem para realizar. Qualquer barulho ou distração atrapalhará a leitura, fazendo com que ele mude a atenção da leitura, o que interferirá no desempenho no teste.

• É indicado o uso de calculadora, ou tabela de multiplicação, em situação de teste, em função de dificuldades de memorização da tabuada.

Avaliação da Dislexia

Na avaliação da criança com suspeita de dislexia é aconselhável uma equipe multidisciplinar de profissionais. Os resultados das avaliações realizadas por psicopedagogos, fonoaudiólogos, psicólogos, oftalmologistas, otorrinos, neurologistas e psiquiatras devem ser analisados e discutidos por todos, para que a criança possa ser encaminhada para um atendimento eficaz.

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e Mestre em Educação Renata Bringel, ministra o curso online DISLEXIA Avaliação e Intervenção entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site www.renatabringel.com.br

Referência:

ROTTA, Newra Tellechea; OHLWEILER, Lygia; DOS SANTOS RIESGO, Rudimar. Transtornos da aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. 2015.

DOS SANTOS SILVA, Daniele Maria; DE SOUZA, Narapoam Soares; DA SILVA FILHO, Antônio Agostinho. DISLEXIA E AS DIFICULDADES DE APRENDIZAGEM NUM CONTEXTO MULTIDISCIPLINAR DISLEXIA 2019.

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