Desenvolvimento Motor e Autismo

O desenvolvimento motor e a aquisição de habilidades motoras de crianças com Autismo são os temas mais pesquisados e discutidos na literatura sobre funções motoras.
O desenvolvimento motor e a aquisição de habilidades motoras de crianças com Autismo são os temas mais pesquisados e discutidos na literatura sobre funções motoras.

A dificuldade no Desenvolvimento Motor em indivíduos com Autismo pode vir a causar impactos na vida cotidiana e social, pois estas habilidades encontram-se presentes em todos os contextos do dia a dia.    E a existência de disfunções motoras nos primeiros meses de vida, combinados com problemas sociais e sinais de comunicação posteriores, podem ser um indicador precoce no diagnóstico.

Autismo

O TEA Transtorno do Espectro Autista é definido como transtorno do desenvolvimento que surge na infância e que se caracteriza por importante atraso na aquisição da linguagem, na interação social, com interesses restritos e comportamentos estereotipados ou repetitivos. É um distúrbio complexo que pode estar associado a sintomas com características fora do domínio social, como dificuldades na coordenação motora ampla e fina, no equilíbrio e anormalidades sensoriais (Rotta 2015).

Desenvolvimento motor

As experiências motoras da criança são decisivas na elaboração progressiva das estruturas que aos poucos dão origem às formas superiores de raciocínio, isto é, em cada fase do desenvolvimento, ela consegue uma determinada organização mental que lhe permite lidar com o ambiente. Pode-se assim dizer que, em termos de evolução, a motricidade é uma condição de adaptação vital. Sua essência reside no fato de nela o pensamento poder manifestar-se. A pobreza de seu campo de exploração irá retardar e limitar a capacidade perceptiva do indivíduo (Ferreira 2000).

Quadro Clínico do TEA (Transtorno do Espectro Autista)

Segundo a professora e pesquisadora Dra. Newra Tellechea Rotta, o quadro clínico, em diferentes graus, apresenta manifestações comportamentais, dificuldades com a interação social, com a comunicação e com as atividades imaginativas. O TEA caracteriza-se por atraso ou comprometimento significativo da linguagem, interesses restritos, repetitivos e estereotipados e por dificuldades para socialização. O atraso no uso de fala para comunicação pode, nos casos graves, significar ausência de fala em crianças não verbais e que não são capazes de usar outras formas de comunicação, não apontam e não gesticulam.  As crianças com TEA têm repertório restrito de atividades e interesses; manipulação de brinquedos sem uso simbólico, detendo sua atenção em partes do objeto sem o menor significado dentro de sua utilidade; fascinação com os movimentos de objetos que rodeiam, ficam um logo tempo olhando para ventiladores de teto, enquanto fazem movimentos como “flapping”(batendo asas) ou outras estereotipias, como colocar a mão e os objetos na boca. Preferem observar as rodinhas de carros de brinquedo quando estes são colocados com elas para cima, sem usar o brinquedo para sua finalidade. Gostam de empilhar brinquedos ou utensílios ou de fazer filas com eles.

A importância da fisioterapia no desenvolvimento motor do autista (TEA)

Para alguns profissionais o desenvolvimento motor não é um parâmetro para o diagnóstico do TEA. Alguns pesquisadores mostraram interesse nesse critério visando uma intervenção precoce. A literatura demonstra que pessoas com TEA apresentam déficits motores e podem impactar tanto a área cognitiva quanto a social. O desenvolvimento motor representa um aspecto do processo desenvolvimentista total da criança e está intrinsecamente inter-relacionado às áreas cognitivas e afetivas do comportamento humano, sendo influenciado por fatores ambientais.

Nesse sentido, a fisioterapia pode se tornar fundamental na evolução do desenvolvimento motor, contribuindo para o ganho de independência funcional nas atividades cotidianas a serem realizadas, além de auxiliar no progresso da interação com o meio em que convive. Por meio da fisioterapia, a criança autista treina e trabalha suas capacidades em concentração, com o objetivo de clareza de raciocínio, ingressando na convivência social com maior habilidade. A fisioterapia contribui para o desenvolvimento da coordenação, equilíbrio, habilidades motoras e autocontrole corporal, apresentando, assim, uma diminuição dos movimentos atípicos.

Para intervir nas atividades de coordenação, equilíbrio e motricidade, a fisioterapia contribui por meio de dinâmicas de integração, atividades lúdicas com brinquedos coloridos, bolas, rodas de danças e movimentos corporais, exercícios de relaxamento associados à utilização de músicas, brincadeiras que trabalhem o equilíbrio e o contato tátil e que envolvam motricidade fina com prendedor de roupas, entre outros (SANTOS, MASCARENHAS, OLIVEIRA 2021  Cita TOMÉ, 2007).

Avaliação Precoce

É de fundamental importância que o profissional atuante na criança autista tenha um grande conhecimento sobre a patologia e suas técnicas terapêuticas. A Avaliação pode ser feita por uma junta médica: psicólogos, fonoaudiólogos, nutricionistas e fisioterapeutas. Também pode haver avaliações pedagógicas para corroborar o diagnóstico.

Não há cura para o autismo. O paciente pode receber um tratamento, que ao longo do tempo irá desenvolver seus movimentos motores com mais habilidades de quem não executa o tratamento. O Autista sempre terá dificuldades, dependendo do seu grau de comprometimento, nas áreas de comunicação e interação social. A fisioterapia pode ajudar na ativação do nível sensorial motor. Através de bolas, jogos interativos e brinquedos pedagógicos podem ocorrer melhoras na concentração, memória e habilidades motoras como a coordenação e a noção de medidas.

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e Mestre em Educação Renata Bringel, ministra um curso onde apresenta Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site www.renatabringel.com.br

Referências:

ROTTA, Newra Tellechea; OHLWEILER, Lygia; DOS SANTOS RIESGO, Rudimar. Transtornos da aprendizagem: abordagem neurobiológica e multidisciplinar. Artmed Editora, 2015.

Ferreira, C. A. de M. Psicomotricidade, da educação infantil à gerontologia. Teoria e prática. São Paulo: Lovise, 2000. 

SANTOS, Gislainne Thaice da Silva; MASCARENHAS, Millena Santana; OLIVEIRA, Erik Cunha de. A contribuição da fisioterapia no desenvolvimento motor de crianças com transtorno do espectro autista. Cad. Pós-Grad. Distúrb. Desenvolv.,  São Paulo ,  v. 21, n. 1, p. 129-143, jun.  2021

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