Brincadeiras para Crianças de 1 ano e meio a 3 anos

As Brincadeiras direcionadas são fundamentais para o desenvolvimento das habilidades verbais e sociais das crianças.
As Brincadeiras direcionadas são fundamentais para o desenvolvimento das habilidades verbais e sociais das crianças.

Habilidades Verbais e Sociais

Em qualquer relação interpessoal são requeridas habilidades para que a convivência seja satisfatória aos envolvidos na interação. Tais habilidades são chamadas de habilidades sociais. Habilidade Verbal é essencial e consiste na capacidade de se expressar de maneira eficaz.

Brincando e desenvolvendo

É preciso lembrar que cada criança é diferente da outra e que a idade não é o único critério para verificar os interesses e necessidades de cada uma. Aos três anos, as crianças começam a ter consciência de quem são e aprendem a conviver em grupo, fazendo negociações e, dando explicações sobre as coisas que fazem. Elas já têm muitas experiências: manipulam objetos, constroem coisas e falam o tempo todo sobre o que fazem ou pensam.

É uma fase de intenso desenvolvimento da linguagem e de grande interesse pelas brincadeiras imaginárias, momento em que as crianças conversam com elas próprias. Em razão do desenvolvimento rápido da linguagem da criança, é importante utilizar não só a fala, como também a escrita e as imagens para ampliar as narrativas (UNICEF 2012).

Brincadeiras, livros e cantigas

Além do acesso diário aos livros, que devem permanecer em áreas apropriadas para serem escolhidos e “lidos”, as crianças devem ter a oportunidade de aproveitar o gosto que possuem pela música, característico dessa idade. Nessa fase, as crianças já dominam um bom repertório de canções infantis, dançam e acompanham os adultos. Portanto, é essencial aproveitar essa forma de expressão das crianças. Brincadeiras em áreas externas, na areia, com água, agora demandam a presença constante do adulto para fazer perguntas, de modo a levar a criança a pensar sobre suas ações e levantar hipóteses.

Também nessa idade as crianças se interessam por pequenos animais, bichinhos, aves, borboletas, joaninhas, minhocas. Esse interesse pode propiciar conversas livres e criar momentos de atividades dirigidas para aprender, junto com as outras crianças e o adulto, por meio da reflexão (Ministério da Educação 2012).

Brincadeiras

Brincadeira de faz de conta (atividade principal da criança);

Para que o brincar se transforme na atividade principal da criança, com impacto positivo na sua educação e na ampliação de suas experiências, é preciso organizar o espaço e selecionar materiais e objetos que provoquem sua imaginação. Diante de um estetoscópio, ela é levada a entrar na temática de “ser médico”; ao ver a mamadeira, torna-se “a mãe que dá mamadeira ao filho”; um carrinho a leva a “passear com seu bebê”. A ausência de mobiliário, brinquedos e acessórios dificulta o brincar imaginário.

Mobiliário, brinquedos e acessórios para favorecer brincadeiras imaginárias:

• Bonecas-bebê (com corpo macio e diferentes identidades étnicas e raciais); roupas fáceis de tirar e por; cobertor/lençol de boneca; cama/ berço, carrinho;

• Fogão no tamanho da criança (pode ser construído com caixas de leite);

• Pia, bacia ou tacho para lavar louças; • Geladeira do tamanho da criança;

• Mesas e cadeiras do tamanho da criança;

• Telefone/celular (de brinquedo ou de uso doméstico);

• Armário para guardar os objetos;

• Quadros ou cortina imitando uma janela, que podem ser feitos com tecido cru, pintado pelas crianças com rolinhos e tinta guache;

• Copos, tigelas, pratos de plástico e outros materiais, conforme usos locais; • Colheres, conchas, colher de pau, colheres de medida;

• Escovas para limpar frascos;

• Embalagens vazias de alimentos;

• Objetos ou brinquedos diversos para fazer comida.

Dançar, pintar, desenhar e construir (outras formas de expressão lúdica)

Nessa idade de construção de identidade, a criança já pinta figuras, combina cores primárias e dá nome às coisas que pinta. Por isso, deve-se apresentar diferentes materiais para as crianças: tinta, papel, lápis, cadernos, adesivos para recados, agendas, calendários, cartões.

As crianças gostam de construir objetos e estruturas idealizadas pelo seu imaginário com caixas de papelão, arames, gesso, argila, tubos, tecidos e madeira, entre outros, sempre com acompanhamento do adulto. São brincadeiras prolongadas que podem levar dias, semanas, meses, acompanhando projetos desenvolvidos ao longo do tempo.

Brincar na areia e na água

Para que as brincadeiras com areia e água se tornem momentos de qualidade para crianças de 3 anos, é preciso o acompanhamento de um adulto e o aporte de materiais adequados:

• Ao brincar com água, a criança pode dar banho em bonecos, lavar e guardar os objetos, aprender a se auto-organizar, o que exige a preparação do ambiente. • É preciso organizar, selecionar e guardar os materiais e brinquedos em caixas ou locais etiquetados. • Durante as práticas diárias, deve-se garantir à criança autonomia para o acesso aos materiais. • No momento da brincadeira, a criança seleciona e leva os materiais para o local desejado. • Após o término da brincadeira, a criança lava e leva os objetos para o local de origem. Continuar a prática de autonomia no uso independente e guarda dos brinquedos é importante, em qualquer período da educação infantil.

Construção da identidade da criança por meio do brincar

Três anos é o auge da construção da identidade da criança, que já percebe como as pessoas diferenciam brinquedos de meninas e meninos: é comum o menino começarem a adquirir preconceitos e não querer brincar com boneca e a menina não querer brincar com carrinho, porque ouviu alguém dizer “carrinho é brinquedo de menino”.

É preciso que as crianças aprendam as diferenças de cor e traços físicos, brincando de pentear crianças de cabelo liso e cabelo crespo, vendo no espelho crianças de cor negra e branca, enquanto o adulto explica que todos os tipos e cores são bonitos, para favorecer a construção da identidade de cada criança. Para auxiliar a construção da identidade recomendamos contar histórias dos povos, selecionar livros, bonecas, quebra-cabeças com vários tipos físicos, apontando a cor da pele, as características faciais e as práticas das famílias e comunidades, valorizando-as, para a construção de identidades positivas. Exposições turísticas pedindo para as crianças vestirem roupas típicas de vários países ou experimentarem comidas regionais não ajuda a construção da identidade.

Valorização das diferenças nas crianças

As crianças já começam a construir identidades próprias e a perceber as diferenças de traços físicos, cor, linguagem. É essencial o trabalho dos adultos para a valorização da diversidade:

• Quadros e cartões pintados com os pés e as mãos por portadores de deficiências físicas fazem a criança perceber que eles também têm saberes e podem aprender e realizar coisas maravilhosas. • Brincar de andar com os olhos vendados como as crianças cegas, ajuda a compreender suas dificuldades, como elas se organizam e como ajudá-las. • Brincar de botar a mão dentro de uma caixa, com os olhos vendados, para explorar o seu conteúdo, pelo tato. • Desligar o som da TV e tentar entender o que se diz, para compreender a situação da criança surda; • Colocar nas mãos meias de tecido grosso e tentar abotoar uma blusa ou amarrar o sapato, para compreender as dificuldades das crianças com paralisia cerebral.

Utilizar brincadeiras em que as crianças se colocam no lugar daquelas que têm deficiência é uma forma de compreender tais dificuldades.

Desenvolvimento de projetos e o conhecimento do mundo físico, social e matemático

Crianças que avançam no terceiro ano de vida já dispõem de vários conhecimentos, sabem tomar decisões e conduzir projetos por ela definidos. Escutar a criança significa “dar voz” a ela, dar atenção às suas proposta, planejar junto como desenvolver suas ideias.

Quando o adulto escuta as crianças, é possível observar que a partir de uma brincadeira, pode-se desenvolver outras diferentes. Algumas pistas:

• Brincar de fazer sombras. Pisar na sombra dos outros pode gerar interessantes reflexões. • Brincar no jardim desperta interesse pelos pequenos bichinhos que lá habitam: aranhas, joaninhas, caracóis, borboletas, tatuzinhos. • Deixar as crianças falarem possibilita que elas revelem seus interesses. • A independência e os saberes adquiridos possibilitam atividades com autonomia, como: fazer piquenique na área externa e levar os materiais do espaço fechado para fora, construir uma cabana com caixotes de plástico ou de madeira, cobrir com tecido e levar os objetos de faz de conta para a nova casa.

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e Mestre em Educação Renata Bringel, ministra o curso Online Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site www.renatabringel.com.br

Referência:

“Brinquedos e Brincadeiras de Creche – Manual de Orientação Pedagógica” elaborado pelo Ministério da Educação, por meio da Secretaria de Educação Básica, com a parceria do UNICEF em 2012.

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