Aprender um jogo novo

Aprender um jogo novo desenvolve na criança autonomia moral e intelectual, ampliam a capacidade de comunicação  e apuram os modos de relacionar-se diante de desafios.
Aprender um jogo novo desenvolve na criança autonomia moral e intelectual, ampliam a capacidade de comunicação  e apuram os modos de relacionar-se diante de desafios.

Plano de aula

Aprender um jogo novo – Sugestão de idade – Educação Infantil – Crianças de 4 anos a 6 anos e 2 meses.

Campos de Experiência:  O eu, o outro e o nós.

Objetivos e códigos da Base
(EI03EO03) Ampliar as relações interpessoais, desenvolvendo atitudes de participação e cooperação.

(EI03EO01) Demonstrar empatia pelos outros, percebendo que as pessoas têm diferentes sentimentos, necessidades e maneiras de pensar e agir.

O que fazer antes?

Contextos prévios:

Essa proposta pressupõe uma vivência com jogos novos, portanto, é importante que você já tenha feito com as crianças um levantamento daqueles que são conhecidos por elas (tanto na escola como em casa). Assim, os jogos propostos nesta atividade serão de fato, novidade para o grupo. Visando garantir a dinâmica sugerida, considere que a quantidade dos novos jogos selecionados acolha a participação de todas as crianças, sendo assim, busque jogos que envolvam quatro ou mais jogadores ou ainda estude adaptá-los, de modo que caso a quantidade indicada seja de dois participantes, você a amplie para que duplas de crianças representem um jogador, por exemplo. Nos links abaixo você encontra sugestões de jogos de tabuleiro para jogar com seu grupo e até mesmo utilizá-los como inspiração para construir jogos com as crianças.

Esse jogo é nosso!

Brincar e ler para viver

Materiais:

Jogos com regras que não sejam de conhecimento do grupo. Organize ao menos três jogos, sendo um para utilizar no grande grupo e outros dois em pequenos grupos. Caso não seja possível, considere mais de um exemplar de cada jogo para o trabalho com pequenos grupos. Prepare fichas das regras resumidas de cada jogo, com intuito de apoiar as crianças no momento da vivência. Considere ainda, na elaboração dessas fichas, a inclusão de imagens e a utilização de recursos gráficos que permitam que os pequenos estabeleçam diversas estratégias de leitura.

Espaços:

Assegurar uma boa visualização dos jogos por todas as crianças. Para isso, pense na disposição deles, que pode ser feita no chão (no centro de uma roda) ou em cima da mesa (com o grupo ao redor). Organize a sala para garantir a participação de todo o grupo e a circulação dos pequenos pelos espaços.

Tempo sugerido:

Aproximadamente uma hora e 30 minutos.

Perguntas para guiar suas observações:

De que forma as crianças se envolveram com a proposta? Como reagiram diante de algo novo? Demonstraram curiosidade?

Como foi a escuta do grupo? Souberam ouvir as regras e as dúvidas dos pares? Fizeram questionamentos para melhor entender o jogo? Auxiliaram seus pares durante o jogo?

Como as crianças jogaram? Souberam esperar a vez de cada uma? Respeitaram o momento de seus pares? Interagiram de forma respeitosa?

O que fazer durante?

1 – Em uma grande roda, disponha os jogos trazidos no centro, sinalizando para o grupo que hoje você preparou uma proposta nova e que selecionou jogos para que eles joguem em um período do dia. Relembre com as crianças as conversas que vocês já tiveram sobre os jogos que conhecem (sugerida nos contextos prévios). Acolha as colocações delas e faça perguntas para apoiar a memória de cada uma e do grupo como um todo. Depois que as crianças tiverem falado, conte que você ficou pensando no quanto elas gostam de jogos e que teve uma ideia para a roda de hoje! Diga que buscou jogos diferentes daqueles que costumam jogar na escola ou em casa. Convide então o grupo para explorar os jogos, passando suas embalagens pela roda, para que todas as crianças possam observá-los. Diga que neste momento os jogos irão apenas circular na roda para que todos vejam quais são e se eles são novidades para todos, esclareça que ainda não é o momento de abrir as caixas ou de explorar os jogos em detalhes, apenas as informações que aparecem nas embalagens: imagens, títulos, informações etc.

Possíveis falas do professor neste momento: Estes são jogos diferentes daqueles que temos em nossa sala. E hoje iremos experimentá-los. Quem sabe dizer o que há de diferente e semelhante entre esses jogos e o que já conhecemos? Vocês querem jogar? Estão curiosos? Vou passar as caixas pela roda e cada um vai poder ver que jogos são esses.

2 – Após circular os jogos pela roda, explique ao grupo qual é a proposta da atividade. Diga que para experimentarem os jogos, as crianças irão se organizar em pequenos grupos e, depois de um tempo jogando, irão voltar para a grande roda e conversarão sobre a experiência. Instigue os pequenos a refletir sobre como podem fazer para se organizar e experimentar os jogos. Paute-se em questões como: O que precisamos fazer? Como nos organizamos nos grupos? Como selecionamos os jogos que cada grupo irá jogar? Neste momento, dê destaque às experiências com os jogos, isto é, acolha as falas das crianças, contudo, busque investigar junto a elas contribuições que indiquem a necessidade de conhecer o jogo e suas regras para depois poderem jogá-lo.

Possíveis falas do professor neste momento: A proposta de hoje é que possamos experimentar esses jogos novos em pequenos grupos e depois conversarmos sobre essa experiência. Como vocês acham que podemos fazer isso? Boa ideia! Olhem, ela disse que podemos sortear os grupos e cada grupo escolhe o jogo que quer experimentar. Vocês concordam? E depois o que faremos? Ah! Iremos jogar, mas o que precisamos fazer para poder jogar cada jogo, já que são novidade para nós? Hum! Bem lembrado! Para jogar precisamos conhecer o jogo, precisamos saber como se joga.

3 – Ao construir com o grupo o entendimento de que é necessário conhecer o jogo e suas regras para poder jogá-lo, convide os integrantes dele para conhecer um dos jogos novos, ainda na grande roda, de maneira que você possa detalhar a dinâmica da atividade e explorar a importância das regras em jogo. Apresente os jogos disponíveis, fazendo a leitura de seus nomes e das informações gerais de suas embalagens, como o objetivo e o número de jogadores. Selecione com as crianças um jogo para vocês conhecerem coletivamente e diga que depois cada grupo irá escolher um jogo para conhecer e jogar.

4 – Uma vez sendo escolhido o jogo, convide uma das crianças para abri-lo e descrever o que encontrou. Estimule o grupo a refletir sobre os itens encontrados, por meio de questionamentos, e auxilie-a a pontuar cada um deles e suas possíveis funções no jogo. Preveja que as crianças poderão falar simultaneamente e que muitas poderão querer manusear as peças do jogo. Nesse momento, faça intervenções buscando destacar a necessidade de escuta e de espera, ao mesmo tempo em que você acolhe a forma imediata de exploração das crianças, sem deixar que isso esgote o tempo da proposta. Lembre às crianças de que elas estão aprendendo algo novo e que é preciso ter atenção. Após a exploração dos itens do jogo no grande grupo, lance o desafio para o grupo de como é que se joga determinado jogo e, ao receber a orientação de que é preciso conhecer as regras do jogo, converse com o grupo sobre a importância das regras e as informações que elas nos oferecem.

5 – Após conversar sobre a importância das regras, peça a outra criança que pegue o manual do jogo, para que você leia as regras para o grupo. Busque fazer uma leitura comentada e em voz alta. Aponte para a turma que todo jogo tem suas peças, seus elementos e reflita com as crianças o que acontece se um desses elementos for perdido. Chame a atenção delas também para a questão da quantidade de jogadores e traga situações reais que ilustrem a limitação de participantes em um jogo. Em seguida, leia os objetivos e interprete-os com o grupo. O que eles representam? O que nos indicam os objetivos do jogo? E só então detalhe as regras, destacando para o grupo que elas revelam o passo a passo do jogo, como podemos jogá-lo e o que não podemos fazer para alcançar seu objetivo. Uma vez percorrido todo o manual com o grupo, investigue junto às crianças se as informações destacadas revelaram a elas como se joga. Considere pedir aos pequenos que expliquem com suas palavras a dinâmica interpretada, a partir do conhecimento do manual do jogo. Para isso eles podem usar os materiais do jogo como apoio à sua explicação.

Possíveis falas do professor neste momento: Observem que este jogo tem apenas quatro peões e é por isso que aqui no manual indica de dois a quatro jogadores. Como resolvemos se cinco crianças quiserem jogar? Ah! A quinta criança pode ser o juiz, boa ideia! Ah, essa ideia também é boa! Ela pode esperar para jogar em uma nova rodada!

6 – Ainda com o grande grupo reunido, escolha um pequeno grupo para jogar uma rodada do jogo apresentado. Proponha aos pequenos que assistem ao jogo que sejam parceiros dos jogadores, contando para eles, apoiados nas aprendizagens das regras, as dicas de como devem se movimentar no jogo. 3

7 – Depois de jogar coletivamente com o grande grupo uma partida do novo jogo, convide as crianças para se organizarem em pequenos grupos e selecionarem um jogo para jogarem. Retome os jogos disponíveis, excluindo aquele utilizado na experiência coletiva em roda e faça novamente uma apresentação de cada um deles. Aproveite para levantar as hipóteses das crianças quanto à dinâmica de cada jogo. Peça, então, que cada grupo escolha um jogo para jogar. Caso mais de um grupo tenha interessante em um mesmo jogo, reforce a existência de outros jogos e estabeleça com as crianças envolvidas um critério para a seleção. Auxilie os grupos neste processo de negociação, observe os argumentos utilizados e, não havendo uma definição, proponha um sorteio de qual grupo ficará com o jogo em disputa. Combine ainda que os jogos ficarão na sala e que todos poderão experimentá-los em outros momentos.

8 – Quando todos os grupos já tiverem com seus jogos, auxilie-os para se organizarem pela sala, para que possam experimentá-los de maneira adequada, isto é, de modo que todos tenham espaço para visualizar e participar do jogo. Perceba que os grupos serão formados pela preferência do jogo, assim, que é possível que haja mais jogadores que o jogo propõe. Incentive as crianças a traçar as estratégias para a melhor organização dos jogos. Lembre-as de que irão jogar por um tempo e depois voltarão para a grande roda para conversar. Já sinalize que em outro momento elas poderão jogar mais todos os jogos, pois eles ficarão na sala.

9 – Uma vez organizados, os pequenos grupos iniciarão suas experiências. Circule pela sala oferecendo suporte para o entendimento das regras do jogo, utilizando estratégia semelhante à realizada na grande roda. Observe as crianças jogando e faça anotações sobre os desafios encontrados em cada grupo. Quando solicitado, ofereça o suporte necessário, seja realizando a leitura do manual, esclarecendo uma dúvida ou mediando situações que emergirem no contexto do jogo. Nesses momentos busque estimular as crianças a encontrar as possíveis soluções para a questão de forma autônoma e solidária. Ainda circulando pelos pequenos grupos, sinalize quando o tempo da vivência estiver terminando e, ao término dele, peça para que cada grupo organize seu jogo na embalagem e dirija-se à grande roda, na qual será feita a partilha das vivências.

10 – Na roda, pergunte às crianças se gostaram da vivência e convide-as para partilhar as experiências. Peça que cada grupo fale sobre o jogo que jogaram, revelando como se joga, se conseguiram jogar, quais desafios encontraram e como se sentiram. Incentive os pequenos a ouvir e a respeitar as falas e sentimentos dos outros. Considere lançar nesse momento os desafios e as conquistas das crianças, observados por você durante a vivência dos jogos, convidando-as crianças a refletir sobre maneiras diversas de superá-los, entretanto, cuidando para não personalizá-los, ou seja, fale sobre as situações observadas sem dizer em quais grupos elas aconteceram.

Possíveis falas do professor neste momento: Interessante isso que o grupo está dizendo. Eles demoraram para começar o jogo porque todos queriam ser o peão vermelho e por isso quase não tiveram tempo de jogar! Que formas podemos pensar para resolver isso, para que o tempo de jogo seja maior? Faz diferença a cor do peão no jogo? Eu observei alguns grupos consultando o manual para identificar o número de participantes. Interessante isso!

11 – Após as crianças terem partilhado as experiências e você ter percebido que as principais situações observadas na dinâmica dos grupos durante o jogo foram exploradas, conclua a atividade resgatando o objetivo proposto e verificando se conseguiram atender à proposta da atividade. Aproveite para investigar com as crianças o que aprenderam com essa atividade.

Possíveis falas do professor neste momento: Todos os grupos já compartilharam sua experiência. Alguém ainda quer partilhar algo? Hoje começamos essa atividade com um objetivo, vocês se lembram qual era? Conseguimos cumpri-lo? O que vocês acham que aprendemos com essa atividade? Vocês gostaram dela? Além de conhecermos novos jogos e de nos divertirmos, o que mais aprendemos?

Para finalizar:

Ao encerrar a partilha de experiências acerca da atividade com o grande grupo, convide as crianças para encontrar um local em que os jogos sejam guardados, de maneira que possam ser usados em outros momentos.

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e estre em Educação Renata Bringel, ministra o curso Online Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site renatabringel.com.br

Referência:

Autor: Fabiana Bechara

Mentor: Camila Bon

Especialista do subgrupo etário: Karina Rizek

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