Telas. Quais os malefícios?

Telas: Os malefícios do excesso de tempo em crianças e adolescentes. Obesidade; Tempo de exposição; Sono; Atividades físicas e Infância.
Telas: Os malefícios do excesso de tempo em crianças e adolescentes. Obesidade; Tempo de exposição; Sono; Atividades físicas e Infância.

Na última década, o uso de dispositivos eletrônicos com acesso a mídias interativas e sociais proliferou de forma abundante. Tais equipamentos se tornaram imprescindíveis na vida das pessoas e podem proporcionar inúmeros benefícios, desde que, utilizados com cautela. No entanto, pediatras e demais profissionais de saúde têm manifestado preocupações quanto ao tempo em que crianças e adolescentes passam diante das telas, como televisores, computadores, tablets, consoles de jogos, smartphones, entre outros, e os prejuízos relacionados à exposição excessiva. O termo conhecido como Screen Time (tempo em que crianças e jovens gastam usando esses dispositivos) tem sido objeto de estudo de inúmeros pesquisadores ao redor do mundo (CARVALHO, GRANDO, BRITTO).

Pesquisadores do Observatório em Ciência, Tecnologia e Inovação em Saúde da Fundação Oswaldo Cruz, Karinne Marieta Carvalho, Rafaela Lora Grando e José Augusto Britto fizeram um levantamento bibliográfico sobre os efeitos do tempo de tela em crianças e adolescentes. Abordaram Obesidade; Tempo de exposição; Sono; Atividades físicas e Infância.

Telas: os efeitos do tempo de tela em crianças e adolescentes

Obesidade

A obesidade foi a maior questão avaliada no conjunto de publicações extraídas nesse estudo (867 artigos), o que aponta uma grande preocupação entre os profissionais da área em relação ao uso indiscriminado de telas e sua relação direta com a obesidade, pois quanto mais tempo uma criança passa em frente a dispositivos eletrônicos maior é o consumo de bebidas e alimentos ricos em gordura, açúcar e farinha, quando se trata de adolescentes o consumo desses alimentos calóricos e não nutritivos é ainda maior. Por se tratar de uma atividade extremamente sedentária a prevalência de distúrbios de peso em crianças com esse estilo de vida aumentou a um ritmo alarmante. De acordo com a OMS a obesidade infantil é um dos mais sérios desafios à saúde pública do século XXI. O problema é global e está afetando constantemente muitos países de baixa e média renda, particularmente em áreas urbanas, mas já há estudos avaliando esses impactos também em áreas rurais. Não há diferença entre sexo, tanto meninas como meninos que ficam muito tempo expostos a tela têm a tendência de se tornarem obesos. A decisão de ficarem muitas horas por dia nessa atividade sedentária afasta crianças e jovens das atividades inerentes a idade e que são elementos importantes para a manutenção de uma boa saúde, isso inclui brincadeiras, jogos, esportes, corridas, recreação, ou exercício planejado. Tais atividades outdoor melhoram a aptidão cardiorrespiratória, muscular, e a saúde óssea. Crianças e jovens de 5 a 17 anos devem acumular um mínimo de 60 minutos de atividade física diária sendo que quantidades de atividade física maiores que 60 minutos são ainda mais benéficas a saúde dessa população em geral.

Tempo de tela e Saúde Mental

Os longos períodos dedicados as mídias sociais e dispositivos eletrônicos têm sido muitas vezes a causa de problemas de saúde graves como depressão e ansiedade. Quando se trata de depressão e ansiedade durante a adolescência frequentemente esses distúrbios são associados ao uso de substâncias, isolamento, relações interpessoais pobres, e até mesmo o suicídio. Muitas vezes esse grupo tem acesso ilimitado à internet sem inspeção de conteúdo. Essa falta de controle por parte dos pais e cuidadores facilita o acesso a conteúdo inadequado e jogos com temas violentos. Acarreta ainda falta de socialização pelo excesso de vida virtual, baixa autoestima gerada pela visualização das redes sociais (onde a abordagem da felicidade é constantemente exagerada não correspondendo a realidade), mas acarretando insatisfação com o corpo, imagem ou mesmo com a própria vida. A depressão é um distúrbio de saúde mental que pode ocorrer com qualquer pessoa independente de grupo social ou idade. No entanto, quando ocorre durante a adolescência está associada a significativos prejuízos  acadêmicos, psicossociais e cognitivos.

Sono

Estudos sobre as consequências da falta de sono adequada mostram indícios de que crianças e adolescentes imersas no mundo digital com excesso de telas dormem mais tarde, tem menos tempo de sono, passam mais tempo no quarto e na cama e consequentemente apresentam dificuldade de concentração, pois os dispositivos eletrônicos são capazes de interferir na atenção focada, além do fato de que a insuficiência de sono interfere no aprendizado, na socialização e acarreta irritabilidade. Tais Sintomas podem inclusive ser confundidos com transtorno do déficit de atenção com hiperatividade (TDAH). Há uma correlação na crescente incidência de diagnósticos de TDAH e aumento da prevalência de dispositivos multimídia.

Atividade física

Nesse estudo os trabalhos relacionam a falta de atividades outdoor (ao ar livre) com déficits em processos importantes do desenvolvimento infantil. Os estudos têm mostrado que crianças com estilo de vida que incluem ficarem horas na frente das telas têm maior probabilidade de desenvolver problemas com linguagem e cognição. O mesmo ocorre com o distúrbio do espectro do autismo, nesse caso se trata do impacto do excesso de tela em crianças que realmente são autistas e em outra abordagem ocorre que a criança passa tanto tempo sozinha conectada apenas aos estímulos de telas que podem em algumas situações apresentar sintomas parecidos com autismo [50] [51], o que pode levar até mesmo a diagnósticos incorretos. Apenas 32 documentos abordam a questão da linguagem, demonstrando que essa é uma lacuna de conhecimento que envolve o comportamento de crianças e o tempo de tela.

Infância e o excesso de tela

Quando os pais ou cuidadores tem em sua rotina longas horas dedicadas a telas as crianças também tendem a ter os mesmos costumes, sem regras e rotinas estabelecidas sobre o tempo de tela, acabam desenvolvendo sentimentos como solidão ou isolamento, o que acarreta distúrbios do comportamento. Outro ponto mostrado nos estudos e que ainda carece de mais investigação é o tempo de tela associado a problemas de miopia em crianças pequenas. Importante notar que os estudos que envolvem o papel da mãe nesse cenário são maiores do que os estudos que envolvem o papel do pai, o que sugere uma sobrecarga materna nessa temática.

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e Mestre em Educação Renata Bringel, ministra um curso onde apresenta Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site www.renatabringel.com.br

Referência:

CARVALHO, Karinne Marieta; GRANDO, Rafaela Lora; BRITTO, José Augusto. Os efeitos do tempo de tela em crianças e adolescentes: um levantamento bibliográfico.

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