Plano de aula
Investigando objetos que flutuam ou que afundam – Sugestão de idade – Ensino Infantil – Crianças pequenas (4 anos a 6 anos e 2 meses).
Campos de Experiência: Espaços, tempos, quantidades, relações e transformações; Escuta, fala, pensamento e imaginação; O eu, o outro e o nós.
Objetivos e códigos da Base
(EI03ET02) Observar e descrever mudanças em diferentes materiais, resultantes de ações sobre eles, em experimentos envolvendo fenômenos naturais e artificiais.
(EI03EF09) Levantar hipóteses em relação à linguagem escrita, realizando registros de palavras e textos, por meio de escrita espontânea.
(EI03EO02) Agir de maneira independente, com confiança em suas capacidades, reconhecendo suas conquistas e limitações.
O que fazer antes?
Contextos prévios:
O dia a dia é cheio de transformações e desperta o interesse das crianças em explorar, investigar e conhecer mais sobre o mundo que as cerca. Nesse sentido, a água, além de chamar a atenção das crianças, é um elemento rico em possibilidades de exploração. Os objetos utilizados no experimento serão coletados pelas crianças, mas é importante que você antecipe alguns para auxiliá-las nessa escolha, como os que estão descritos no item Materiais.
Materiais:
Material para registro escrito: Fichas impressas que serão utilizadas nos pequenos grupos, papel, lápis grafite, lápis de cor e canetinhas.
Uma bacia para cada grupo. Garrafas ou potes de tamanhos diversos e baldinhos plásticos para a coleta de água. Objetos diversos para a realização do experimento, a serem escolhidos pelas crianças, como: papéis, papelão, borracha, pedaços de espuma, buchas porosas, potinhos diversos, massinha de modelar, pregos, parafusos, pedras etc. Panos para secar os objetos após o uso.
Celular ou câmera fotográfica para registro com fotos e vídeos.
Espaços:
Esta atividade será realizada em dois espaços. Inicia na sala de atividades com uma conversa envolvendo o grande grupo. Posteriormente, as crianças se organizam em pequenos grupos e se deslocam, escolhendo os objetos para a experimentação, até se encontrarem no espaço em que realizarão suas investigações. Por se tratar de uma experimentação com água, é interessante que a atividade seja realizada em uma área externa, em dia de sol, próxima a uma torneira. Terminada essa etapa, os pequenos voltam para a sala, ainda em pequenos grupos, para registrar suas investigações. Por fim, em uma nova roda com o grande grupo, as crianças socializam suas experiências.
Tempo sugerido:
Aproximadamente uma hora e 20 minutos.
Perguntas para guiar suas observações:
1. Quais as hipóteses iniciais das crianças em relação aos objetos que flutuam ou afundam? Quais estratégias utilizam para a coleta dos objetos que irão investigar?
2. Como as crianças se envolvem durante a investigação? Quais são as diferentes ideias que surgem dentro dos grupos? Como reagem com a confirmação ou não de suas hipóteses iniciais na conversa com o grande grupo?
3. Como interagem nos pequenos grupos para o preenchimento da ficha impressa sobre suas investigações? Como as crianças se envolvem com as estratégias de desenho e escrita espontânea?
O que fazer durante?
1 – Reúna as crianças no grande grupo e apresente a seguinte situação problema: outro dia, enquanto a funcionária da limpeza da escola estava limpando a sala, você viu que ela jogava algumas coisas no balde com água, como o pano de chão e a esponja, e você observou que algumas coisas afundavam e outras não e ficou pensando porque isso acontecia. Ouça o que as crianças acham disso e tenha atenção em seu levantamento de hipóteses iniciais sobre o fenômeno. Peça que elas contem situações que já vivenciaram nas quais também perceberam isso, como por exemplo, na praia, no rio, na piscina, na banheira, observando um adulto cozinhando.
Incentive que comentem sobre os diferentes materiais que podem afundar ou não levantando questões como: Será que o pano afundou? E a esponja? O que acontece quando nadamos? Se jogarmos uma folha de papel o que deve acontecer? Tenha em mãos lápis e papel para registrar esse primeiro levantamento.
2 – Pergunte às crianças como vocês poderiam descobrir mais sobre esse aspecto dos objetos – os que flutuam e os que não flutuam – e, caso nenhuma ideia surja, sugira à turma que vocês realizem experimentos para descobrir mais sobre isso. Pergunte quais são os materiais de que precisam para que possam fazer esse experimento. A partir das considerações das crianças, convide a turma para se reunir em pequenos grupos para coletar os objetos que gostariam de investigar para descobrir se afundam ou não. Combine com o grupo que os objetos poderão ser coletados dentro da sala, como brinquedos e materiais de largo alcance (potinhos, tubos, pratinhos, tampas), mas diga que também poderão ser retirados de alguma área externa, como gravetos, pedras e folhas. Estabeleça que cada grupo poderá escolher até dez objetos para que realizem o experimento. Combine que, para que todos possam saber o que foi descoberto pelos grupos, depois irão realizar um registro e uma socialização de descobertas. Adiante então a ficha impressa que todos utilizarão, para que tenham conhecimento da proposta investigativa: experimentar, fazer descobertas e registrá-las.
3 – Acompanhe as crianças na coleta dos objetos, observando e registrando os critérios que os pequenos grupos utilizam para a escolha dos materiais e as narrativas que surgem durante o percurso. Disponibilize as bacias que os grupos utilizarão neste momento, de forma que possam utilizá-las para acondicionar seus objetos conforme as coletam. Diga às crianças que elas terão até dez minutos para a escolha dos objetos e auxilie os grupos no controle do tempo, para que possam se programar. Planeje parte desse tempo para a coleta de algumas coisas na sala e depois siga para a área externa. Peça para que confiram se dispõem dos dez objetos, para que possam fazer alguma nova escolha, se for necessária, pois já irão se dirigir ao local do experimento na etapa seguinte. Reserve uma bacia ou um espaço em que as crianças possam colocar os objetos, caso tenham coletado a mais após conferir e escolher os que querem usar.
4 – Combine com as crianças o local em que farão o experimento com água na área externa. Tendo em mãos os objetos a serem investigados, pergunte para a turma o que mais está faltando para que possam realizar o seu experimento. Ofereça então os materiais que você separou para os auxiliar a encher suas bacias com água, como garrafas vazias de tamanhos diversos, baldinhos de plástico, potes, dentre outros. Assim que todos os preparativos para a investigação estiverem prontos, peça que cada pequeno grupo mostre aos demais amigos quais foram os objetos que escolheram para suas experimentações, quais acham que vão flutuar ou afundar e o porquê, fazendo suas argumentações, para que possam comprovar ou não suas hipóteses durante o experimento. Acompanhe e registre todos esses momentos – se possível, por meio de vídeos – desde as estratégias para encher as bacias com água até a apresentação dos objetos e o levantamento de hipóteses iniciais.
5 – Convide os grupos para investigar as hipóteses com os objetos que escolheram e informe que terão 30 minutos para realizar essa etapa. Pode ser que neste momento alguma criança não queira realizar a investigação em si. Você pode sugerir que ela utilize os materiais disponíveis em outra brincadeira que a agrade, seja escolhendo outros objetos na área externa para brincar ou algum dos materiais que tenha sido coletado a mais por algum grupo e deixado no espaço indicado por você. Incentive que as crianças explorem os objetos de todas as formas possíveis. Por exemplo, pode ser que algum grupo tenha optado por investigar a flutuação de um pote vazio com tampa. Ao perceber que já exploraram esse pote fechado flutuando, você pode sugerir que abram a tampa para conferir se irão observar outro resultado. Caso algum grupo tenha escolhido papel como material para sua investigação, sugira que o experimentem de várias formas: papel inteiro, amassado, dobrado, barquinho… É importante que você não antecipe as ações deles, mas que esteja atento para potencializar as possibilidades investigativas, intervindo quando necessário.
6 – Ao perceber que as crianças já finalizaram suas investigações com os materiais disponíveis ou passados 30 minutos de realização da atividade, avise que em cinco minutos deverão finalizar suas observações para se dirigirem à sala e fazerem o registro das investigações. Avise novamente em três minutos. Ao término do tempo, fale que agora é necessário organizar o espaço para que vocês possam voltar à sala de atividades. Caso ainda tenha sobrado água nas bacias e em alguma parte da área externa existam árvores ou jardins, você pode incentivar que as crianças utilizem essa água para molhar as plantas, evitando assim o desperdício. Caso isso não seja possível, vocês podem ver um local para armazená-la, de forma a ser utilizada posteriormente pela equipe de limpeza. Ofereça panos para as crianças enxugarem os objetos que foram utilizados, pois se utilizarão deles na próxima etapa, e indique um local em que possam deixar as bacias secando ao sol.
7 – Ao chegar à sala, convide a turma para se organizar novamente nos pequenos grupos para realizar o registro das investigações que foram feitas com a água. Disponibilize uma ficha impressa por grupo, para que a partir do que observaram possam registrá-las por meio de desenho e escrita espontânea. Oriente que as crianças deverão escrever o nome dos objetos utilizados, se flutuaram ou afundaram e fazer um desenho de seu experimento. Peça que se organizem dentro do grupo para combinar quem será responsável por qual etapa do registro. Incentive que se utilizem dos objetos para relembrar de suas investigações, conversando entre todos do grupo para se lembrar quais foram os que flutuaram e quais afundaram, de forma a indicá-los no registro. Adiante para as crianças que a etapa seguinte será uma socialização das experiências de cada grupo, para que todos descubram os objetos que flutuam e os que afundam que foram selecionados pelos diferentes grupos. Combine que terão 20minutos para esse registro. Relembre ocasionalmente a contagem do tempo para que elas possam se programar. Caso o interesse das crianças pela investigação tenha extrapolado o tempo, essa socialização no grande grupo pode ser combinada para outro momento, a partir desses registros feitos pelos pequenos grupos.
Para finalizar:
Convide as crianças para uma roda de conversa – grande grupo – para compartilharem os resultados que obtiveram a partir de suas experimentações com a água. Convide-as para ler os registros, contando os resultados e, em seguida, expô-los em um painel coletivo. Caso algum dos grupos tenha feito o experimento com o mesmo material, peça que comparem seus resultados para saber se foram iguais ou diferentes e por que. Relembre com a turma o levantamento realizado antes do início das investigações, para que possam verificar a confirmação ou não das hipóteses iniciais, ou a necessidade de uma nova investigação para as dúvidas que não foram contempladas por seu processo investigativo (que poderá ser planejada para outro dia). Aproveite esse momento para conversar sobre o que acharam da experimentação com a água, quais foram as dificuldades que encontraram no processo etc. Terminadas as constatações, veja com as crianças o que ainda precisa ser organizado na sala para que possam se dirigir à próxima atividade do dia.
Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e estre em Educação Renata Bringel, ministra o curso Online Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site renatabringel.com.br
Referência:
Autor: Sandra Bonotto
Mentora: Wildes Gomes de Campos
Especialista do subgrupo etário: Karina Rizek