Medo do desconhecido
Uma das maiores preocupações dos pais, durante a gestação, é saber se a criança terá algum problema genético como o autismo. Com a realização de alguns exames é possível detectar um déficit físico da criança durante esse período. Após o nascimento a preocupação passa a ser com o desenvolvimento psicológico.
Alguns transtornos mentais ocorrem logo nos primeiros meses de vida da criança, outros demoram alguns anos para desenvolver. Por isso a necessidade de um diagnóstico o mais cedo possível.
Breve histórico do Autismo
Desde o século 20 até os dias de hoje psiquiatras, cientistas e psicólogos estudam casos de autismos pelo mundo. O psiquiatra austríaco, radicado nos EUA, Leo Kenner em 1943 iniciou um estudo com 11 crianças aparentemente diferentes. Elas apresentavam alguns déficits em seus comportamentos, como dificuldades em manter interação social, contato visual e afetivo, dificuldade na comunicação. Durante esse período ele denominou para complementação do seu experimento o termo “Distúrbios autísticos do contato afetivo”.
Com a evolução da ciência e novos estudos clínicos, os termos usados para tratarmos do Autismo vem mudando. Uma das primeiras termologias foi o TID- Transtornos Invasivos do Desenvolvimento. A partir de 2013 com a nova publicação do Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais passou a ser Transtorno do Espectro Autista, o que engloba também outras condições como asperger, por exemplo, que antes era classificado de modo individual.
O Autismo no DSM
O DSM é a sigla para Diagnostic and Statistical Manual of Mental Disorders mais conhecido no Brasil como Manual Diagnóstico e Estatístico de Transtornos Mentais. O DSM é referência em diversos países. Ele foi elaborado pela Associação Americana de Psiquiatria (American Psychiatric Association – APA).
O Autismo teve sua primeira aparição neste manual em 1952 na versão DSM-I. De lá pra cá, houve muita modificação nos critérios em diagnósticos. Atualmente o DSM está na versão 5.
Identificando o Autismo
Algumas características do Autismo diagnosticadas pela Associação Americana de Psiquiatria [APA] são prejuízos na comunicação e interação social e presença de comportamento restrito e repetitivo.
Critérios para diagnósticos de TEA (Transtorno do Espectro Autista)
Segundo o Manual destacamos alguns critérios para diagnósticos de TEA:
1. Déficits na reciprocidade sócio emocional, dificuldade para estabelecer uma conversa normal apresentando pouco interesse, emoções ou afeto, a dificuldade para iniciar ou responder a interações sociais.
2. Déficits nos comportamentos comunicativos, a anormalidade no contato visual e linguagem corporal, a ausência total de expressões faciais e comunicação não verbal.
3. Déficits para desenvolver, manter e compreender relacionamentos, dificuldade em compartilhar brincadeiras imaginativas ou em fazer amigos, a ausência de interesse por pares. Padrões de comportamento restritos e repetitivos.
4. Movimentos motores, uso de objetos ou fala estereotipados ou repetitivos (p. ex., estereotipias motoras simples, alinhar brinquedos ou girar objetos, ecolalia (repetição de sílabas, palavras ou frases já ouvidas).
5. Insistência nas mesmas coisas, adesão inflexível a rotinas ou padrões ritualizados de comportamento verbal ou não verbal (p. ex., sofrimento extremo em relação a pequenas mudanças, dificuldades com transições, padrões rígidos de pensamento, rituais de saudação, necessidade de fazer o mesmo caminho ou ingerir os mesmos alimentos diariamente).
6. Hiper ou hiporreatividade a estímulos sensoriais ou interesse incomum por aspectos sensoriais do ambiente (p. ex., indiferença aparente a dor/temperatura, reação contrária a sons ou texturas específicas, cheirar ou tocar objetos de forma excessiva, fascinação visual por luzes ou movimento).
A importância do diagnóstico do TEA (Transtorno do Espectro Autista)
Quanto mais cedo for realizado o diagnóstico, mais qualidade de vida e menos problemas serão enfrentados pelas pessoas com Espectro Autismo (TEA). Vários sinais podem ser identificados logo nos primeiros meses de vida. O diagnóstico é recomendado que seja feito através de avaliação multidisciplinar. O erro cometido no diagnostico pode comprometer gravemente o desenvolvimento e o bem estar da pessoa com TEA.
Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e Mestre em Educação Renata Bringel, ministra um curso onde apresenta Testes de Rastreio para Autismo(TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site www.renatabringel.com.br
Referencias:
GADIA, Carlos A.; TUCHMAN, Roberto; ROTTA, Newra T. Autismo e doenças invasivas de desenvolvimento. Jornal de pediatria, v. 80, n. 2, p. 83-94, 2004.
SE Orrú – Aprendizes com autismo: aprendizagem por eixos de interesse em espaços não excludentes -books.google.com pag14,2016
KLIN, Ami. Autismo e síndrome de Asperger: uma visão geral. Brazilian Journal of Psychiatry, v. 28, p. s3-s11, 2006.
American Psychiatric Association – Manual do Diagnostico e Estatistico de Transtornos Mentais-DSM5- pg 50- 299.00 (f84.0) 2013