Disortografia é diferente de Disgrafia.

A Disortografia caracteriza-se pelas trocas ortográficas e confusões com as letras.
A Disortografia é diferente de disgrafia. É uma dificuldade na escrita que causa trocas ortográficas e confusões com as letras.

Disortografia X Disgrafia

A disortografia é diferente de disgrafia, ela é uma dificuldade na escrita, caracterizada pelas trocas de fonemas na prática da escrita, com omissões de letras, confusão na concordância de gênero, de números, acompanhados de erros sintáticos grosseiros e uso irregular da pontuação, parágrafos e acentuação na hora de escrever um texto. Diferentemente da disgrafia, a disortográfica é a incapacidade para transcrever corretamente a linguagem oral.

Caracteriza-se pelas trocas ortográficas e confusões com as letras. Esta dificuldade não implica na diminuição da qualidade do traçado das letras. Essas trocas são normais nas primeiras séries (do ensino fundamental), porque a relação entre a palavra impressa e os sons ainda não está totalmente dominada. Porém, após estas séries, se as trocas ortográficas persistirem repentinamente, é importante que o professor esteja atento já que pode se tratar de uma disortográfica (cita no artigo CRENITTE: GONÇALVES, 2009 p. 197-198), cita em seu artigo a pedagoga Dra. Rosane Machado de Oliveira especializada em Educação Especial e Inclusiva.

É importante analisar que uma criança disortográfica não é, forçosamente, disgráfica.

O que é Disgrafia

Segundo a psicóloga e doutora em Neurociências, Sylvia Maria Ciasca a disgrafia é uma dificuldade de aprendizagem que afeta a qualidade da escrita, onde há erros ortográficos ampliados, isto é, os educandos apresentam dificuldades desde segurar o lápis na mão, sendo que o lápis é segurado de modo indevido, isto acontece por causa das decorrentes dificuldades de coordenação, movimento, e do ato motor de escrever. A letra do aluno que apresenta a disgrafia é considerada uma letra feia, sendo as letras/ palavras muito pequena ou muito grande, como também, desenvolvem uma escrita muito lenta, alongada ou comprida, com espaçamento incorreto entre as letras e as palavras, o que acaba unindo/ misturando ou desligando letras e palavras tornando-as ilegível para o entendimento e para a leitura. É importante ressaltar, que isto acontece não por comprometimento intelectual por parte dos alunos que estão em processo de escolarização, mas pela incapacidade dos discentes em recordar a grafia correta das letras e das palavras. No caso específico da disgrafia, ela é considerada como a principal dificuldade de escrita manual ou nas palavras.

Passíveis causas da disortografia

Em sua dissertação de mestrado em Ciências da Educação e Educação Especial na Universidade Fernando Pessoa Porto/Portugal em 2013 Carlos Jorge Ferreira Casal as dificuldades na composição escrita não são causadas por um déficit intelectual ou por questões pessoais (preguiça, desmotivação ou desinteresse). Segundo Sadock e Sadock (2009, p. 41 cita Casal 2013) as causas apontadas para a disortografia são muito similares às geralmente apontadas para a dislexia. Entre estas, por exemplo, encontram-se as causas de ordem hereditária e genética como conducentes às dificuldades na aquisição da escrita. Torres e Fernández (2001, pp. 80-81 cita Casal2013) apontaram cinco tipos de causas para a ocorrência ou desenvolvimento de disortografia:

Perceptivo: Refere-se a deficiências ao nível espaçotemporal, na percepção e na memória visual e auditiva, estas poderão ser apontadas como responsáveis pela ocorrência de dificuldades na orientação das letras, discriminação de grafemas, sequenciação, ritmo, discriminação e memória auditiva.

Intelectual: Refere-se a um déficit ou imaturidade intelectual necessária para a realização de operações de caráter lógico-intelectual, determinantes no acesso à aprendizagem do código de correspondência grafema-fonema, um atraso ou distúrbio deste tipo poderá perturbar o conhecimento e distinção dos elementos linguísticos referentes à sílaba, palavra e frase.

Linguístico: Refere-se especificamente as causas relacionadas com dificuldades na articulação, deficiente conhecimento ou utilização de vocabulário, a escrita será igualmente defeituosa e caraterizada por inúmeros erros.

Afetivo-emocional: Estárelacionado com o nível de motivação para a escrita, referem as autoras que apesar de a criança ter boas capacidades perceptivas, capacidades lógico-intelectuais e de tipo linguístico, a falta de motivação pode provocar momentos de desconcentração suficientes para cometer erros na escrita.

Pedagógico: Refere-se ao desencadeamento e dificuldades na aquisição da escrita ou da leitura devido a práticas pedagogicamente inapropriadas.Surgem com frequência como fator-chave na etiologia das dificuldades da escrita, em particular o desajuste de método e técnicas escolhidas em relação às necessidades e ritmo de aprendizagem das crianças.

Tipos de Disortografia

Baseado em diversos estudos (Tsvetkova (1977) e Luria (1980), Torres e Fernández (2001, p. 86) o Professor Carlos Casal apresenta sete tipos de disortografia:

A disortografia temporal – caraterizada pela incapacidade de se ter uma percepção, ordenação e separação clara dos aspetos fonéticos da cadeia falada.

Disortografia percetivo-cinestética – caraterizada pela incapacidade para analisar as situações cinestéticas que intervêm na articulação, verificando-se, deste modo, substituições no ponto e modo de articulação dos fonemas.

 Disortografia cinética – caraterizada pela incapacidade de sequenciar os fonemas do discurso, verificando-se, neste caso, erros de união ou separação.

 Disortografia visuo-espacial – caraterizada pela alteração perceptiva da imagem dos grafemas ou conjunto de grafemas, ocorrendo, neste caso, rotações e inversões de letras que se diferenciam pela sua posição no espaço, como nos casos de trocas de [p] por [d] e [d] por [q]; substituições de grafemas semelhantes nas suas caraterísticas, como por exemplo, de [m] por [n] e [o] por [a]; e a confusão com fonemas que admitem a dupla grafia, como são o caso das substituições de [ch] por [x] e [s] por [z].

Disortografia dinâmica, também denominada de disgramatismo – caraterizada pela alteração da expressão escrita das ideias e estruturação sintática das ideias.

 Disortografia semântica – caraterizada pela alteração da análise conceptual, os elementos diacríticos ou recurso a sinais ortográficos.

 Disortografia cultural – caraterizada pela grave dificuldade na aprendizagem da ortografia convencional e das suas regras.

Avaliação da Disortografia

A avaliação deve ser baseada em uma bateria de testes que confirmem, ou não, uma defasagem em determinada área da linguagem em relação ao esperado para idade cronológica, inteligência e escolaridade. Crianças não acompanhadas durante a idade escolar tornam-se jovens adultos com dificuldades, agravando sua incapacidade e ajuste social. Podem desencadear um sentimento de inferioridade, incompetência e isolamento evitando qualquer atividade que envolva a escrita.

Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e Mestre em Educação Renata Bringel, ministra o curso online DISLEXIA Avaliação e Intervenção entre outros. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site www.renatabringel.com.br

Referências:

CASAL, C. J. F. Disortografia: A escrita criativa na reeducação da escrita. 2013. 201f. Dissertação (Mestrado Ciências da Educação) – Universidade Fernando Pessoa, Porto, 2013.

CIASCA, S. M. Disgrafia. In: MONTIEL, J. M: CAPOVILLA, F. C. (Org.). Atualização em transtornos de aprendizagem. Porto Alegre: Artes Médicas, 2009.

OLIVEIRA, Rosane de Machado. A Importância de Analisar as Dificuldades de Aprendizagem no Contexto Escolar – Dislexia, Disgrafia, Disortográfica, Discalculia e Transtorno de Déficit de Atenção e Hiperatividade (TDAH). Revista Científica Multidisciplinar Núcleo do Conhecimento. Ano 02, Ed. 01, Vol. 16. pp. 492-521, Março de 2017. ISSN:2448-0959. 

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