O Autismo é classificado no DSM-5 manual diagnóstico e estatístico de transtornos mentais versão 5 como TEA Transtorno do Espectro Autista. Seu diagnóstico precoce possibilita uma melhora no desenvolvimento da criança com traços autísticos. A ATA não resulta em um diagnóstico, pois ela é um instrumento inspirado nas ciências exatas, que permite uma avaliação de confiabilidade.
O Autismo
O Autismo, há mais de um século, representa para a ciência e a medicina um desafio. Sua causa e suas características são estudadas constantemente e minuciosamente. É correto afirmar que o Autismo não é uma doença, e sim um distúrbio de desenvolvimento complexo, um Transtorno do Espectro Autista. É considerado uma condição do “espectro”. Espectro significa que existe uma série de habilidades e dificuldades que as pessoas com Autismo possuem, como a incapacidade qualitativa na integração social, na comunicação verbal e não verbal, com repertório de atividades e interesses acentuadamente restritos com graus variados de severidade. Alguns Autistas podem apresentar inteligência média ou acima da média e precisam de pouco apoio ou muito apoio para sua independência. Seu diagnóstico precoce é de fundamental importância.
Criadores e tradutores da ATA Escala de Avaliação de Traços Autísticos
A ATA Escala de Avaliação de Traços Autísticos foi elaborada em Barcelona- Espanha, pela Dra. Maria Claustro Jane Ballabriga na sua tese de Doutorado na (UAB) Universidade Autonoma de Barcelona em 1994 com a ajuda de colaboradores. No Brasil a ATA foi traduzida e validada no ano de 1999 em um estudo realizado no Serviço de Psiquiatria da Infância e da Adolescência do Instituto de Psiquiatria do Hospital das Clínicas (HC) da Faculdade de Medicina (FM) da Universidade de São Paulo (USP) chefiada pelo Professor Dr. Francisco B. Assumpção Jr.
ATA Escala de Avaliação de Traços Autísticos
A ATA Escala de Avaliação de Traços Autísticos foi desenvolvida em formato de questionário, uma lista de sintomas. Inspirada nas ciências exatas a Escala de Avaliação de Traços Autístico pode ser aplicada para pesquisas e ou avaliação da evolução de determinados quadros de comportamento. Suas respostas são baseadas em observações.
A ATA é composta por 23 escalas, cada uma dividida em vários itens. Deve ser aplicada a partir dos dois anos de idade e seu tempo de duração é de 20 a 30 minutos.
Escala de Traços Autísticos:
- DIFICULDADE NA INTERAÇÃO SOCIAL
- MANIPULAÇÃO DO AMBIENTE
- UTILIZAÇÃO DAS PESSOAS A SEU REDOR
- RESISTÊNCIA À MUDANÇA
- BUSCA DE UMA ORDEM RÍGIDA
- FALTA DE CONTATO VISUAL. OLHAR INDEFENIDO
- MÍMICA INEXPRESSIVA
- DISTÚRBIOS DE SONO
- ALTERAÇÃO NA ALIMENTAÇÃO
- DIFICULDADE NO CONTROLE DOS ESFÍNCTERES (músculos que abrem ou fecham orifícios)
- EXPLORAÇÃO DOS OBJETOS (APALPAR, CHUPAR)
- USO INAPROPRIADO DOS OBJETOS
- FALTA DE ATENÇÃO
- AUSÊNCIA DE INTERESSE PELA APRENDIZAGEM
- FALTA DE INICIATIVA
- ALTERAÇÃO DE LINGUAGEM E COMUNICAÇÃO
- NÃO MANIFESTA HABILIDADES E CONHECIMENTOS
- REAÇÕES INAPROPRIADAS ANTE A FRUSTRAÇÃO
- NÃO ASSUME RESPONSABILIDADES
- HIPERATIVIDADE/ HIPOATIVIDADE
- MOVIMENTOS ESTEREOTIPADOS E REPETITIVOS
- IGNORA O PERIGO
- APARECIMENTO ANTES DOS 36 MESES
Como avaliar com a ATA Escala de Avaliação de Traços Autísticos
Devido a fácil aplicação da ATA ela pode ser utilizada por Profissionais da Educação, Profissionais da saúde e familiares conhecedores do quadro autístico.
Nos casos em que a suspeita de autismo confunde-se com quadros de retardo mental ou de outras patologias psiquiátricas, a avaliação da ATA Escala de Avaliação de Traços Autísticos é uma das mais confiáveis no comportamento autistas das crianças.
Para ajudar os profissionais na área de saúde e educação, a Neuropsicopedagoga Clínica e Mestre em Educação Renata Bringel, ministra um curso onde apresenta Testes de Rastreio para Autismo (TEA) e Atrasos no Desenvolvimento Infantil. Os cursos online realizados pela Professora Renata estão disponibilizados no site www.renatabringel.com.br
Referência:
KUCZYNSKI, EVELYN et al. Escala de avaliação de traços autísticos (ATA): validade e confiabilidade de uma escala para a detecção de condutas artísticas. Arquivos de Neuro-Psiquiatria, v. 57, n. 1, p. 23-29, 1999.
BALLABRIGA, M. C. J.; ESCUDÉ, R. M. C.; LLABERIA, E. D. Escala d’avaluació dels trests autistes (ATA): validez y fiabilidad de una escala para el examen de las conductas autistas. Rev Psiquiatr Infanto-Juvenil, v. 4, p. 254-63, 1994.