Memória de Trabalho

memória de trabalho
A Memória de Trabalho é um sistema que tem a função de armazenar e processar informações das mais simples até as mais complexas por um determinado período de tempo.

O que é a Memória de Trabalho

A Memória de Trabalho, que alguns estudiosos acreditam ser parte da memória de curto prazo, atua no momento em que a informação está sendo recebida, retém essa informação por alguns segundos e a encaminha para ser guardada por períodos longos ou a descarta. Quando alguém nos dita um número de telefone para ser digitado, essa informação pode ser guardada se for um número importante no futuro ou ser descartada após o uso. O funcionamento perfeito do córtex pré-frontal e essencial para esse tipo de memória.

Memória de Trabalho nas tarefas cognitivas e linguagem

O conceito da memória de trabalho configura-se como um sistema de memória destinado ao processamento e armazenamento simultâneo de informações provisórias, as quais serão usadas nas tarefas cognitivas.

Há uma vasta literatura que aborda a investigação da memória de trabalho e sua ligação com diversos aspectos como leitura e compreensão, com o desenvolvimento da aprendizagem, linguagem e com habilidades cognitivas.

A habilidade de processar, armazenar e manipular informações de forma simultânea e dinâmica na consciência está intimamente relacionado ao funcionamento da memória de trabalho. Daí pode-se supor que o aumento da capacidade de agir cognitivamente com informações de natureza variada, como informação espacial, visual e sonora é altamente dependente do desenvolvimento progressivo da memória de trabalho.

A Linguagem também depende desse sistema de memória temporária, pois necessita principalmente da retenção e recuperação de informações na memória de trabalho para que possa se estabelecer.

Estudos sobre a Memória

As menções mais antigas a experimentos sobre Memória de Trabalho podem ser encontradas há mais de 100 anos. A denominação nesta época era Memória de Curto prazo em que foram descritos experimentos do córtex pré-frontal (PFC). Esses estudos foram realizados pelo Dr. Eduard Hitzig (6 de fevereiro de 1838 – 20 de agosto de 1907) um neurologista e neuropsiquiatra alemão de ascendência judaica, nascido em Berlim e pelo Dr. David Ferrier (Aberdeen, 13 de janeiro de 1843 – Londres, 19 de março de 1928) neurologista britânico. Concluindo que a memória de curto prazo, predominante no córtex pré-frontal era importante para processos cognitivos.

Após esses conhecimentos sobre o córtex pré-frontal (PFC) inúmeros estudos foram realizados pelo mundo científico. Um dos estudos mais discutidos é o modelo Atkinson-Shiffrin (também conhecido como modelo multi-store ou modelo modal) é um modelo de memória proposto em 1968 pelos professores de ciências cognitivas e psicólogos americanos Dr. Richard Atkinson e pelo Dr. Richard Shiffrin.

O modelo afirma que a memória humana tem três componentes separados: um registro sensorial, onde a informação sensorial entra na memória, um armazenamento de curto prazo, também chamado de memória de curto prazo, que recebe e mantém a entrada do registro sensorial e do armazenamento de longo prazo, e a memória de longo prazo, onde as informações que foram ensaiadas no armazenamento de curto prazo são mantidas indefinidamente.

Terminologia Memória de Trabalho

Em 1974 os professores Dr. Alan Baddeley e Dr. Graham Hitch realizaram estudos sobre a “capacidade da memória a curto prazo” e apresentaram o Modelo Multicomponente de Baddeley. O mais avançado modelo proposto em humanos, baseado na observação de pacientes que sofreram lesões em diferentes áreas cerebrais e passaram a apresentar déficits em diferentes “nuanças” da Memória de Trabalho. Consolidando a terminologia Memória de trabalho, usada desde os anos 60 do século XX.

Modelo Multicomponente de Baddeley

O modelo de memória de trabalho é constituído por três componentes: circuito fonológico, esboço visuoespacial e executivo central.

 O circuito fonológico é representado por um sistema de articulação de informações mantidas por meio da prática vocal ou subvocal. O armazenamento resultante desse processo pode ser estudado a partir da recuperação das informações, sendo identificados vários efeitos na memorização, como os de similaridade e supressão vocal. Esse sistema estabelece uma relação mútua com a memória de longo prazo, no sentido de que informações de ambos os sistemas são necessárias para articular e cristalizar o conhecimento adquirido.

 O esboço visuoespacial caracteriza um sistema de articulação de informações visuais e espaciais, retidas por períodos breves de tempo. A teorização a respeito desse processamento envolve aspectos visuais ou espaciais para criação e manipulação de uma cena visual, a depender da tarefa a ser realizada e dos estímulos disponíveis.

 O executivo central é responsável por processos cognitivos complexos, como focar atenção, dividir a atenção entre estímulos e alternar entre tarefas. Ele controla e coordena o esboço visuoespacial e o circuito fonológico, colocando ou recuperando informações destes sistemas ou ainda traduzindo informações de um sistema para outro.

Em 2000, Baddeley adicionou um quarto componente ao seu modelo: o buffer episódico o qual seria dedicado à integração das informações mantidas temporariamente na memória de trabalho com aquelas provenientes dos sistemas de memória de longo prazo, formando uma única representação episódica. Em conjunto, esses componentes atuam em atividades cognitivas superiores, tais como a aprendizagem, linguagem (oral e escrita), matemática, resolução de problemas, dentre outras.

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Referência:

Atkinson, R.C.; Shiffrin, R.M. (1968). “Chapter: Human memory: A proposed system and its control processes”. In Spence, K.W.; Spence, J.T. (eds.). The psychology of learning and motivation2. New York: Academic Press. pp. 89–195.

Baddeley, Alan D.; Hitch, Graham (1 January 1974), Bower, Gordon H. (ed.), “Working Memory”, Psychology of Learning and Motivation, Academic Press, 8, pp. 47–89, retrieved 3 July 2020

NETO, José Ferrari; DE ARAÚJO, Angela Maria. Aquisição da correferência anafórica e sua relação com o desenvolvimento da memória de trabalho. Veredas-Revista de Estudos Linguísticos, v. 24, n. 1, p. 222-256, 2020.

FREIRE, Ricardo Dourado; IBARRA, Renata Fleury Centurión. Memória de Trabalho e Solfejo.

MOURÃO JUNIOR, Carlos Alberto; MELO, Luciene Bandeira Rodrigues. Integração de três conceitos: função executiva, memória de trabalho e aprendizado. Psicologia: Teoria e Pesquisa, v. 27, p. 309-314, 2011.

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